Por Alexandria Sage
SAN FRANCISCO (Reuters) - O presidente-executivo da Tesla (NASDAQ:TSLA), Elon Musk, disse na sexta-feira que atenderá aos interesses dos acionistas e não buscará mais um acordo de 72 bilhões de dólares para tirar a fabricante de carros elétricos da bolsa.
A decisão mantém a Tesla como empresa de capital aberto, mas levanta novas questões sobre seu futuro. Suas ações estão sendo negociadas abaixo dos níveis de 7 de agosto, quando Musk anunciou no Twitter (NYSE:TWTR) que considerava deslistar a Tesla por 420 dólares por ação, enquanto investidores se perguntavam como isso elevaria a capacidade de Musk de tornar a empresa lucrativa.
Musk e a Tesla terão que se defender de uma série de ações judiciais de investidores e de uma investigação da reguladora do mercado SEC sobre o tuíte de Musk de que o financiamento para o acordo para deslistagem estava "garantido".
Musk disse na véspera que de que há financiamento mais do que suficiente para tornar a empresa privada, o que foi reforçado durante o processo. Ele atribuiu sua decisão de abandonar a oferta à resposta que recebeu dos acionistas e do esforço que demonstrou ser mais demorado e perturbador do que ele esperava.
"Embora a maioria dos acionistas com quem falei tenha dito que permaneceria com a Tesla se tirássemos a empresa da bolsa, o sentimento, em poucas palavras, era 'por favor, não faça isso'", escreveu Musk em sua postagem.
Musk, dono de cerca de um quinto da Tesla, disse no início do mês que planejava deslistar a empresa sem usar o método padrão de uma compra alavancada, segundo a qual todos os outros acionistas seriam sacados e o negócio seria financiado principalmente com novas dívidas.
Em vez disso, dois terços dos acionistas da empresa, de acordo com sua estimativa, teriam preferido "rolar" suas participações e continuar sendo investidores em uma empresa fechada. Isso reduziria significativamente o dinheiro necessário para o negócio e evitaria sobrecarregar a Tesla, que tem uma dívida de 11 bilhões de dólares e fluxo de caixa negativo.
Seis membros do conselho de administração da Tesla disseram terem informados na quinta-feira que Musk abandonou os planos de deslistagem.
Um dos maiores desafios da Tesla agora é incrementar a produção de seu mais recente veículo, o Modelo 3. Vários "gargalos" em sua fábrica Fremont e fábrica de baterias em Nevada atrasaram a produção em volume.
A Tesla agora tem como objetivo construir consistentemente 5 mil modelos 3 por semana, meta que diz ter conseguido "várias vezes" desde que foi atingida pela primeira vez em junho.
Musk diz repetidamente desde abril que a Tesla não tem necessidade de levantar mais capital, e prometeu ser lucrativo no terceiro e quarto trimestres. Mas analistas esperam que a Tesla precise de bilhões de dólares nos próximos anos para financiar planos ambiciosos de expansão e desenvolver novos veículos elétricos premium para enfrentar rivais alemães.
(Reportagem de Alexandria Sage)