China comprou dos EUA e aliados US$38 bilhões em ferramentas para fabricar chips, diz relatório

Publicado 07.10.2025, 11:25
Atualizado 07.10.2025, 11:28
© Reuters.

Por Stephen Nellis

SÃO FRANCISCO (Reuters) - Lacunas nos esforços dos EUA e aliados para restringir a capacidade da China de fabricar chips de computação avançados permitiram que o país asiático comprasse quase US$40 bilhões em equipamentos sofisticados para fabricação de chips, de acordo com uma investigação bipartidária realizada por parlamentares dos EUA.

Os governos democrata e republicano dos EUA tentaram restringir a capacidade da China de fabricar microchips, considerando a indústria crucial para a segurança nacional.

Mas inconsistências nas regras emitidas pelos Estados Unidos, pelo Japão e pela Holanda levaram fabricantes de ferramentas não americanos a vender para algumas empresas chinesas -- algo que as companhias norte-americanas não podiam fazer, de acordo com um relatório do Comitê Seleto da Câmara dos EUA sobre a China, visto pela Reuters.

O comitê pediu proibições mais amplas do grupo de aliados sobre as vendas de ferramentas de fabricação de chips para a China, em vez de impedimentos mais restritos de fabricantes de chips chineses específicos.

No ano passado, empresas chinesas compraram US$38 bilhões em equipamentos de cinco grandes fornecedores de itens para fabricação de semicondutores, sem infringir a lei, um aumento de 66% em relação a 2022, quando muitas das restrições à exportação de ferramentas foram introduzidas.

Isso representou quase 39% das vendas totais da Applied Materials, da Lam Research Corp, da KLA, da ASML e da Tokyo Electron, concluiu o relatório.

Os EUA, alegando preocupações com a segurança nacional, estão mirando a capacidade da China de fabricar chips de última geração, pois eles são cruciais para áreas como IA e modernização militar. As duas superpotências econômicas também estão competindo para vender tecnologia avançada, como data centers de IA, para outras nações.

"Essas são as vendas que tornaram a China cada vez mais competitiva na fabricação de uma ampla gama de semicondutores, com profundas implicações para os direitos humanos e os valores democráticos em todo o mundo", disse o relatório.

Em uma entrevista, Mark Dougherty, presidente da unidade norte-americana da Tokyo Electron, disse que as vendas do setor na China começaram a cair este ano, em parte devido a novas regulamentações. Ele também acolheu com satisfação uma maior coordenação entre os governos dos EUA e do Japão.

"Acho que está claro, da perspectiva dos EUA, que há um resultado que ainda é desejado e que ainda não foi alcançado", disse Dougherty à Reuters.

A Applied e a Lam não responderam a um pedido de comentário. A ASML e a KLA informaram que não poderiam se pronunciar até verem o relatório completo.

O relatório recomendou uma coordenação mais rigorosa entre os aliados e restrições mais amplas, inclusive sobre componentes que a China poderia usar para construir suas próprias ferramentas de fabricação de chips.

"A China está tentando reescrever toda a cadeia de suprimentos", disse Craig Singleton, pesquisador sênior da Fundação para a Defesa das Democracias, um think tank. "O que costumava ser um nicho de mercado para ferramentas agora é um campo de batalha."

(Reportagem de Stephen Nellis em São Francisco)

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