Garanta 40% de desconto
⚠ Alerta de Balanço! Quais ações estão prontas para disparar?
Veja as ações no nosso radar ProPicks. Essas estratégias subiram 19,7% desde o início do ano.
Não perca a lista completa

Churrascaria Fogo de Chão volta à Bolsa de olho em redução de dívidas

Publicado 02.12.2021, 05:01
Atualizado 02.12.2021, 09:08
© Reuters.  Churrascaria Fogo de Chão volta à Bolsa de olho em redução de dívidas

A rede de churrascarias Fogo de Chão vai voltar a listar ações nos Estados Unidos, desta vez na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), em oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) prevista para as próximas semanas. O prospecto da operação - documento com informações para o investidor - menciona a intenção de levantar US$ 100 milhões, mas o valor, por ora, é apenas um cálculo de ordem burocrática. Isso porque ainda se discutem o tamanho real da oferta e a sinalização do mercado para o preço do papel.

A Fogo de Chão, ou "fogo-dee-shoun", como ensina o prospecto sobre a pronúncia do nome, nasceu no Brasil, mas há tempos não é mais uma companhia brasileira. Fundada em 1979, em Porto Alegre, foi comprada pelos irmãos Jair e Arri Coser, que fizeram do restaurante um dos principais do segmento de carne e churrasco no País, conhecido pelo seu sistema de rodízio.

Ainda sob o controle dos brasileiros, a companhia iniciou a sua expansão internacional, tendo os Estados Unidos como foco, chamando a atenção de investidores. Resultado: depois de anos de negociações com diferentes interessados, ela foi comprada, em 2012, pelo fundo americano Thomas H Lee Partner por um total de US$ 400 milhões.

Em 2015, com a expansão em ritmo mais acelerado, fez IPO na Nasdaq e levantou US$ 88 milhões. Três anos depois fechou o capital, quando foi revendida para o fundo Rhône Capital, por US$ 560 milhões. Agora, quem vai abrir o capital é a Fogo Hospitality, atual dona da rede de churrascaria.

Os recursos do IPO devem ser usados para pagar dívidas da rede, que somavam US$ 296 milhões no começo de outubro, de acordo com o prospecto, um crescimento de 114% na comparação anual.

A rede de churrascaria está presente hoje em 46 cidades dos Estados Unidos e vê potencial para chegar a pelo menos 300 restaurantes no país nos próximos 20 anos. Além dos EUA, já fincou bandeira em outros 14 países. No Brasil, são sete restaurantes. Para 2022, o plano anunciado é de abrir de oito a dez restaurantes próprios e "uma ou duas" franquias internacionais.

O IPO é coordenado pelos bancos Morgan Stanley (NYSE:MS)(SA:MSBR34), Bank of America (NYSE:BAC) (SA:BOAC34), Jefferies, Raymond James e Credit Suisse (SIX:CSGN) (SA:C1SU34). O código de negociação da ação na NYSE será "FOGO".

Passado negativo

A empresa voltará à Bolsa americana após não ter uma experiência das melhores enquanto as suas ações eram negociadas. A companhia chegou a ter os seus papéis avaliados em quase US$ 22 cada, na época do primeiro IPO, mas nunca voltou a esse patamar durante os quase três anos em que permaneceu no mercado.

Em alguns momentos, a empresa passou a ver o seu valor de mercado cair para 50% do inicial. Perto do momento de fechar o capital, recuperou parte do valor e encerrou a sua primeira passagem na Nasdaq na casa dos US$ 15.

Para Rodrigo Lima, analista da corretora Stake, especializada em investimentos no exterior, a Fogo de Chão voltará ao mercado em um momento melhor do que saiu, com dívidas mais equacionadas e um crescimento mais forte do Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). "A empresa tem apresentado um crescimento do Ebitda de cerca de 17% ao ano desde 2016, então acredito que ela está em um momento melhor", diz Lima.

Pandemia

A receita no Brasil é apenas uma fração pequena do total, somando US$ 8,7 milhões no mesmo período. Não à toa, desde março de 2020, a empresa cortou diversos colaboradores no País. Alegando falta de receitas por causa da pandemia, a empresa demitiu 255 funcionários sem negociar com o sindicato - o que fez ela ser alvo de uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio de Janeiro anulando a decisão. Neste ano, no entanto, a Justiça do Trabalho de São Paulo autorizou a demissão coletiva.

"A empresa não conseguiu se reinventar durante a pandemia por causa do seu modelo de negócio focado no rodízio. Fica muito mais difícil fazer vendas por aplicativo", diz Douglas Carvalho, sócio da empresa Target Advisor, especializada em fusões e aquisições. "Hoje, no Brasil, o negócio vale muito menos do que na época em que foi comprado."

Outro ponto que Lima chama a atenção é o fato de a empresa voltar ao mercado de capitais em um momento complicado, com uma possível quarta onda com a variante Ômicron, e também em meio a uma mudança de hábitos dos consumidores mais jovens.

Segundo ele, há uma maior preocupação com o tipo de alimento que se coloca no prato, e a carne vermelha tem perdido algum espaço. "O mercado penaliza esse tipo de negócio no momento, mas ainda está cedo para dizer se esse furor causado pela Ômicron vai continuar. O que me mais chama a atenção como risco é que os millennials estão buscando um cardápio plant-based (de origem vegetal)", diz o analista.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.