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Cielo reduz perdas após Caffarelli reafirmar agressividade para retomar mercado

Publicado 29.01.2019, 11:18
© Reuters.  Cielo alivia pressão de baixa após teleconferência; Ação recua 1%
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Investing.com - A desconfiança do mercado após mais um resultado trimestral fraco da Cielo perdeu força na manhã desta terça-feira (29) após teleconferência de executivos da empresa com analistas para análise do balanço mensal.

A Cielo (SA:CIEL3) abriu o pregão com fortes perdas que levaram a ação a R$ 10,26, queda de 5,8% às 10h05. O papel se recuperou e opera no terreno negativo com recuo de 1% a R$ 10,80.

Depois de afundar 58% no pior desempenho da Bovespa em 2018, o mercado voltou a acreditar na empresa e o ativo subiu 21% neste ano.

O resultado do quatro trimestre apresentado ontem à noite após o fechamento do mercado mostrou que a empresa vai sacrificar margens para retomar parcela do mercado perdida para os concorrentes.

"Para virar esse jogo, estamos optando por ter mais market share e isso traz redução de margens", disse o novo presidente da empresa, Paulo Caffarelli,

Segundo o executivo, a Cielo prevê queda de 30% no lucro em 2019 como parte da estratégia agressiva de oferecer descontos e investir em marketing para incentivar pontos de vendas a adotarem as máquinas da adquirente.

O guidance é de lucro de R$ 2,3 bilhões a R$ 2,6 bilhões neste ano, frente a R$ 3,3 bilhões em 2018.

Resultado em 2018

No quarto trimestre de 2018, a empresa apurou lucro de R$ 724,1 milhões, queda de 30,6% frente a igual período do ano anterior, ou R$ 0,27 por ação. O Ebitda ficou em R$ 1,09 bilhão e a receita totalizou R$ 3,01 bilhões. O resultado veio abaixo das estimativas do mercado.

A base instalada da Cielo subiu 9,7% no trimestre, com avanço no setor de micro e pequenas empresas, especialmente pela estratégia agressiva de venda de máquinas para combater a forte concorrência. A estratégia, entretanto, pesou sobre as margens, com yield da receita em 0,96%, contra 1,02% no mesmo trimestre de 2017 e 1,19% em 2016. A base instalada, no total, chega a 1,8 milhão de unidades.

Dividendos

A empresa também anunciou ontem a distribuição de R$ 709,5 milhões em dividendos referentes ao quarto trimestre. Cada acionista no Brasil e detentor das ADRs negociadas em NY receberá R$ 0,26139975321 por ação que mantiver em carteira no fechamento do pregão do dia 22 de fevereiro e o pagamento está marcado para 11 de março. O valor ainda poderá sofrer ajustes.

O dividendo representa um rendimento (yield) de 2,4% em relação aos R$ 10,89 do fechamento do papel nesta segunda-feira.

Avaliação do BTG (SA:BPAC11)

A avaliação dos analistas do BTG é que o resultado referente à operação do quarto trimestre foi o primeiro impactado pela estratégia agressiva da adquirente. A combinação de redução de 20% a 30% dos preços, maior investimento em marketing e mais pessoas nas ruas antecipou para o fim do ano passado a deterioração do balanço da Cielo, com perspectiva de intensificação dos resultados negativos em 2019, continuando até 2020. A estimativa do banco paulista é lucro de aproximadamente R$ 2,5 bilhões em 2019 e 2020, de acordo com a projeção da adquirente.

A estratégia da Cielo é analisada como correta, mas os analistas questionam se a queda de 20-30% foi o suficiente. Por isso, recomenda cautela e neutralidade aos papéis da companhia, com o preço-alvo em R$ 11,00 para os próximos 12 meses.

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