Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O processo de cisão entre o Itaú (SA:ITUB4) e a Xp Inc (NASDAQ:XP) se concretizou hoje (04), com o início das negociações de BDRs da corretora. Para o CFO da XP, Bruno Constantino, isso representa uma melhora na governança da empresa, além de finalmente concretizar o acesso de investidores locais ao ativo.
Às 14h48, os BDR, negociados pelo ticker XPBR31, recuavam 2,74%, a R$ 219,24, acompanhando a queda do Ibovespa que recuava 2,28%, a 110.328 pontos. Ainda assim, Constantino destaca que é possível observar uma força compradora no ativo, que durante a manhã chegou à máxima de R$ 231,73.
Os controladores do Itaú, Itaúsa (SA:ITSA4) e Iupar, ainda possuem cerca de 20% de participação na XP, o que garante direito à indicação de dois conselheiros na empresa. Constantino explica que isso “não é o melhor dos mundos quando se fala em governança, pois temos como um dos controladores um dos nossos maiores competidores”. Mas o CFO garante que a diminuição na participação feita hoje é positiva e já melhora a situação da empresa.
Thiago Maffra, CEO da XP, explica que a listagem dos BDRs era um sonho antigo da companhia e que era planejado desde que a empresa abriu capital na Nasdaq em 2019. O processo para a venda dos certificados deveria ter acontecido em 2020, mas foi atrasado para que a XP concluísse a incorporação da XPart, veículo que detinha as ações do Itaú Unibanco na corretora.
Investidores não qualificados
Durante coletiva de imprensa, Maffra comentou sobre a possibilidade de algumas corretoras não terem restrito a oferta de BDRs a investidores qualificados. “Ainda estamos analisando se isso aconteceu de fato e ainda precisamos definir o que faremos, se é que houve algum caso”. Maffra, porém, diz que se investidores não qualificados tiveram acesso a esses ativos antes do prazo, as ofertas seriam pequenas.
Reflexo no Itaú
A cisão com a XP fez com que as ações do Itaú Unibanco fossem ajustadas a partir de hoje, ficando ex-direito ao recebimento das BDRs da XP, com ajuste de -18,69% para as ações ordinárias (SA:ITUB3) e -17,54% para as ações preferenciais (ITUB4) com a cotação de abertura sendo respectivamente, R$ 22,65 e R$ 24,47.
Às 14h48, as ações preferenciais do Itaú recuavam 1,55%, a R$ 24,08, e as ordinárias caíam 2,78%, a R$ 22,01.
O Inter reavaliou a sua recomendação sobre as ações preferenciais do Itaú para compra e com preço-alvo a R$ 32 para 2022.
Já a Itaúsa, que manifestou seu interesse em manter a XP em seu portfólio, mas se desfazendo aos poucos, teve a sua recomendação pelo Inter atualizada para neutra, com preço-alvo em R$ 13 para o próximo ano.