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Com chancela do Fed, Ibovespa avança e supera 98 mil pontos guiado por Bradesco

Publicado 31.01.2019, 11:28
© Reuters. Operadores durante pregão na Bovespa, no centro de São Paulo
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta quinta-feira, superando os 98 mil pontos pela primeira vez, com as ações do Bradesco puxando o movimento após resultado trimestral e previsões para 2019 considerados fortes por analistas.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subia 1,1 por cento às 11:09, a 98.063,16 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 98.106,94 pontos, recorde intradia. O volume financeiro somava 2,48 bilhões de reais.

A sinalização "dovish" do Federal Reserve na véspera, quando manteve os juros na faixa de 2,25 a 2,5 por cento ao ano e prometeu ser paciente em elevar as taxas neste ano, endossava o movimento positivo no pregão brasileiro.

"Mercados reagem positivamente nesta quinta-feira após o Fed (Banco Central americano) sinalizar que não aumentará as taxas de juros novamente se a inflação não acelerar", disse a XP Investimento em nota a clientes.

A equipe da XP também chamou a atenção para a declaração do banco central norte-americano de que ele estaria preparado para interromper o processo de redução do balanço - processo de venda de títulos do governo que estão no seu ativo.

Ainda na quarta-feira, o Ibovespa recuperou o fôlego após a sinalização da autoridade monetária dos EUA, assim como Wall Street, que nesta sessão apontava uma abertura mais fraca, com o futuro do S&P 500 oscilando perto da estabilidade.

A perspectiva de prolongamento do ambiente de elevada liquidez global, em particular as sinalizações do BC norte-americano, tem apoiado ativos emergentes neste começo de ano, apesar das preocupações com a desaceleração global.

O ânimo no pregão paulista também encontrava suporte em expectativas positivas para a temporada de balanço no Brasil, com estrategistas do Banco Santander Brasil (SA:SANB11) estimando resultados operacionais fortes.

DESTAQUES

- BRADESCO PN (SA:BBDC4) subia 3,8 por cento, a 44,48 reais, perto da cotação recorde intradia atingida mais cedo, de 44,79 reais, após alta anual de 19,9 por cento no lucro do quarto trimestre, superando estimativas de analistas, em um desempenho marcado por queda nas provisões para perdas com crédito. O segundo maior banco privado do país ainda estimou aceleração do crescimento nos empréstimos em 2019.

- VALE (SA:VALE3) avançava 0,8 por cento, no terceiro pregão de recuperação, após perda histórica de 24,5 por cento na segunda-feira, conforme investidores continuam avaliando os potenciais impactos da tragédia com rompimento de uma barragem da mineradora que matou pelo menos 99 pessoas. A empresa adiou a divulgação do balanço do quarto trimestre para 27 de março, ante previsão anterior de divulgação em 13 de fevereiro.

- ITAÚ UNIBANCO BBAS3), que traz seus números em meados de março, tinha acréscimo de 2 por cento.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) tinha elevação de 1 por cento, em sessão sem tendência firme dos preços do petróleo, com o noticiário da petrolífera de controle estatal incluindo a venda da polêmica refinaria em Pasadena, no Texas, à norte-americana Chevron e o comportamento das reservas provadas de petróleo e gás da companhia.

- TIM avançava 3,4 por cento, tendo de pano de fundo relatório do Itaú BBA adicionando os papéis em seu portfólio 'Buy List' de Brasil, substituindo os papéis da BRADESPAR. "A TIM vem apresentando melhorias sólidas de crescimento e eficiência, levando a uma expansão de margem contínua para máximas recordes", citou em relatório a clientes. TELEFÔNICA BRASIL avançava 1,5 por cento.

- GOL (SA:GOLL4) tinha alta de 3,45 por cento, beneficiada pelo forte declínio do dólar ante o real, dada à suscetibilidade de seus resultados ao movimento da moeda norte-americana.

© Reuters. Operadores durante pregão na Bovespa, no centro de São Paulo

- ESTÁCIO caía 1,3 por cento, em ajuste após forte alta neste mês, de 36,8 por cento no acumulado até a véspera. Analistas do Itaú BBA esperam novo declínio nas margens da empresa de educação no quarto trimestre na comparação ano a ano em razão de provisões de inadimplência sazonalmente altas. A companhia divulga balanço em 14 de março, no final do dia.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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