Investing.com - O BTG Pactual ) estima que, devido ao atual cenário de menor custo de capital, o valor justo do Ibovespa deverá subir, chegando aos 131 mil pontos, potencial de valorização de 23,4%. A estimativa está baseada em um ROE (sigla em inglês para Retorno Sobre Patrimônio Líquido) de 16% (o que fica dentro da média de 2018-19), com um prêmio de risco de capital de 3% (contra 4,5% de hoje e uma média histórica de 2,2%), taxa de juros reais de 3% e um crescimento do PIB de 2%. Esse cenário leva a avaliação do índice a um P/E (preço sobre lucro) alvo de 16,4x, contra os 13,3x de hoje.
A equipe do banco destaca que, desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro em outubro do ano passado, as taxas de juros reais caíram de 6% para 3% com as perspectivas de redução dos déficits fiscais e níveis mais sustentáveis da dívida em relação ao PIB. A aprovação de uma reforma abrangente da previdência e reformas adicionais em debate no Congresso podem reduzir ainda mais as taxas de longo prazo, representando um menor custo de capital.
O BTG explica que impacto na avaliação de um custo de capital mais baixo varia muito, pois as empresas têm alavancagem, Beta, estrutura de capital e duração do fluxo de caixa diferentes. Para entender melhor como essas diferenças podem afetar as avaliações, os analistas executaram seus modelos para 54 empresas do universo de cobertura, assumindo um custo de capital 100 pontos-base menor.
Desta forma, o aumento médio do preço-alvo para as empresas analisadas foi de 19%. Mas o intervalo varia de 7% até 44%. As concessionárias e as operadoras de telecomunicações têm os menores aumentos de preços-alvo (média de 12,2% e 13,8%, respectivamente), pois essas empresas produzem fluxos de caixa consistentes e recorrentes, enquanto as empresas de aluguel de carros, varejistas de vestuário e empresas de consumo discrcionário desfrutam de um aumento de preço-alvo acima da média (média de 40% e 26%, respectivamente).