Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - A pouco mais de um ano do IPO, a Méliuz (SA:CASH3) reportou um prejuízo líquido de R$ 2,95 milhões no terceiro trimestre deste ano, o que já era esperado pelo mercado. O Ebitda foi de R$ 9,3 milhões negativos, o que pode ser explicado pelo aumento das despesas na linha de pessoal, conforme estratégia da empresa. A receita líquida foi de R$ 58,72 milhões, contra R$ 25,64 milhões no mesmo período do ano passado. Já as despesas operacionais totalizaram R$ 69,5 milhões no 3T21, um crescimento de 11% em relação ao trimestre anterior.
A Méliuz terminou o trimestre com um total de 20,8 milhões de contas abertas, um crescimento de 2 milhões em relação ao trimestre anterior. O ritmo médio de abertura foi de 30 mil contas por dia útil. Ainda, atingiu o melhor resultado da história em volume de vendas, superando inclusive os valores do quarto trimestre de 2020, quando ocorreu a última Black Friday. Ainda de acordo com a companhia, considerando apenas o Méliuz (excluindo as aquisições), o indicador chegou a R$ 1,1 bilhão, um crescimento de 27% contra o 2T21 e 74% contra o mesmo período do ano anterior. Em relação às demais empresas do grupo, o volume de vendas de R$ 234 milhões para o Picodi e de R$ 49 milhões para a Promobit no 3T21 totalizou R$ 1,4 bilhão.
Considerando as aquisições, a empresa terminou o mês de outubro com 838 pessoas no grupo. Sem considerar as aquisições, fechou o mês com 395 colaboradores no Méliuz, mais que o dobro do número de colaboradores do dia do IPO.
Pela primeira vez, a empresa reporta os números da Alter, empresa especializada na negociação de criptoativos, que foi adquirida pelo Méliuz em julho deste ano. Foram adicionados uma base de 27 mil usuários ativos em criptomoedas, que têm cerca de R$ 39 milhões sob custódia e movimentaram aproximadamente R$ 409 milhões do trimestre. No mesmo período do ano passado, eram apenas 4 mil usuários.
Para 2022, a companhia pretende “acelerar materialmente nossa entrega de novos produtos e serviços tendo como base uma fundação robusta que está sendo criada em 2021. Não acreditamos em criação de vantagens sustentáveis em empresas que ofereçam apenas um produto e, por conta disso, temos hoje várias frentes de negócio com seus respectivos líderes para em 2022 avançarmos no cross-selling de novos produtos, aumentando o engajamento e a monetização de cada usuário”, diz o relatório de resultados.
Segundo a XP Investimentos, os resultados foram praticamente em linha com o esperado. A receita líquida ficou um pouco abaixo do consenso VisibleAlpha, que era de R$ 61 milhões, o que foi explicado principalmente pelo segmento de serviços financeiros, impactado pelo fim das campanhas pagas de marketing relacionadas ao cartão co-branded. As despesas operacionais vieram acima do esperado e, segundo a XP, devem continuar sendo monitoradas de perto. A XP mantém a recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 8, pois vê a empresa como um ótimo veículo para capturar a competição agressiva no e-commerce e com opções ainda não precificadas.
De acordo com a Genial Investimentos, o prejuízo e o Ebitda negativo já eram esperados. A estimativa era de um Ebitda negativo em R$ 7,3 milhões e a empresa reportou R$ 9,3 milhões. No curto prazo, a Genial acredita que é importante observar métricas operacionais e acompanhar o crescimento e desenvolvimento ao longo dos trimestres, enquanto a geração de caixa e lucro deveria ser observada mais no longo prazo, pois é normal que empresas em período de expansão abram mão da lucratividade visando crescimento da base de clientes. A Genial mantém recomendação de compra, mas, com implicações macroeconômicas, reduz o preço-alvo de Méliuz para R$ 8,20.
Já o BTG Pactual destacou em relatório que os volumes de vendas vieram de acordo com o a expectativa, mesmo que as taxas de aceitação do mercado tenham um pouco mais baixas do que o esperado. A receita reportada veio em linha com a estimativa. O Ebitda, ainda que negativo, veio 15% melhor do que o esperado. A recomendação do BTG é de compra, com preço-alvo de R$ 7 em doze meses.