BRASÍLIA (Reuters) - A conta petróleo do Brasil, o balanço entre exportações e importações de petróleo e derivados, poderá fechar 2016 com inédito superávit, após acumular um saldo positivo de 416 milhões de dólares de janeiro a novembro, afirmou o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Abrão Neto.
Apesar de ressalvar que o desempenho da conta petróleo é muito volátil, Neto destacou que novembro foi o quarto mês consecutivo de resultado no azul, o que considera um "indicativo importante".
"A gente tem um superávit hoje de pouco mais de 400 milhões, tem uma boa chance de ser superávit (no ano) ou ficar muito próximo da estabilidade", disse.
Segundo dados divulgados pelo ministério nesta quinta-feira, as exportações de petróleo e derivados somaram 12,488 bilhões de dólares de janeiro a novembro, enquanto as importações alcançaram 12,072 bilhões de dólares.
No acumulado do ano, as exportações caíram 19 por cento ante o mesmo período de 2015, enquanto as importações apresentaram queda de mais de 40 por cento, em meio a um consumo mais baixo de diesel, o principal combustível consumido no país, que atravessa sua mais grave recessão da história.
No mês de novembro somente, as exportações de petróleo em bruto saltaram 72,9 por cento ante igual período do ano passado, a 1,2 bilhão de dólares, beneficiadas por uma elevação expressiva de 58,5 por cento em quantidades vendidas, mas também ajudadas por uma alta de 10,4 por cento nos preços.
Questionado se a recente decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de corte de produção seria favorável para o país encerrar 2016 com a conta petróleo positiva, Neto disse não imaginar que este fosse um fator determinante para um mês específico.
"Qualquer decisão relacionada à produção mundial de petróleo obviamente tem reflexos nas cotações internacionais, mas esses reflexos são mais importantes ao médio e longo prazos", disse.
Na véspera, a Opep fechou seu primeiro acordo para corte de produção desde 2008, dando novo impulso aos preços da commodity.
(Por Marcela Ayres)