Por Hyunjoo Jin
SEUL (Reuters) - As negociações da Hyundai Motor para construção de uma fábrica de carros de baixo custo com autoridades locais da Coreia do Sul sofreram um revés nesta quarta-feira, quando a montadora sul-coreana rejeitou propostas de revisão de certos termos relacionados a negociações salariais.
A Hyundai e a cidade de Gwangju, no sudoeste do país, chegaram a um acordo preliminar para a fábrica que incluía um salário anual de 35 milhões de wons (31,5 mil dólares) para os funcionários da joint venture, que é menos da metade da média de 92 milhões de wons que os atuais trabalhadores da Hyundai recebem.
O plano recebeu sinal verde do órgão consultivo da cidade nesta quarta-feira, sob a condição de que a Hyundai revise certos termos que permitem à joint venture escapar das negociações salariais anuais com seus trabalhadores, disse uma autoridade da cidade.
Os trabalhadores da Hyundai mantêm conversações salariais todos os anos e muitas vezes recorrem a greves para obter uma melhor remuneração.
A Hyundai rejeitou as propostas revisadas. "Esperamos que a cidade de Gwangju tome medidas para restaurar a confiança, para que possamos prosseguir com as discussões de investimentos sem problemas", disse a montadora em comunicado.
A fábrica que Hyundai e Gwangju pretendem construir teria capacidade anual de 100 mil mini utilitários esportivos a partir de 2021. A proposta, no entanto, aumentou as tensões com os trabalhadores sindicalizados da Hyundai, que temem que o negócio leve a perdas de emprego e cortes salariais.
A joint venture, a primeira da maior fabricante de automóveis da Coreia do Sul, ajudará a Hyundai a reduzir os custos e a dependência dos trabalhadores sindicalizados. Também ajudaria a alinhar melhor a Hyundai com o governo do presidente Moon Jae-in, que está lutando para evitar uma fuga de postos de trabalho para o exterior em meio às ameaças do presidente norte-americano, Donald Trump, de impor pesadas tarifas sobre as importações de veículos.
Espera-se que a Hyundai invista 53 bilhões de wons (47,5 milhões de dólares) por uma participação de 19 por cento na joint venture, enquanto Gwangju pagará 59 bilhões de wons por uma fatia de 21 por cento. Os restantes 167 bilhões de wons serão financiados por fornecedores e pela economia local.
Gwangju abriga fábricas da Kia Motors, afiliada da Kia Motors, e é o reduto político do governo liberal de Moon, que fez da criação de empregos seu principal compromisso eleitoral.
(Por Hyunjoo Jin)