Na ponta da mesa: Goldfajn conduz seu primeiro Copom (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
SÃO PAULO - O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa básica de juros, Selic, em 14,25% ao ano, sem viés. Esta foi a primeira reunião do Copom sob a presidência de Ilan Goldfajn. A decisão já era aguardada pelo mercado. A decisão foi tomada por unanimidade.
Numa esperada e bem-vinda mudança na forma do comunicado, o Copom estendeu-se mais sobre os motivos que sustentaram sua decisão. O cenário desenhado pelo BC para manter a Selic envolve:
a) perspectiva de estabilização da economia no curto prazo, com evidência de alto nível de ociosidade;
b) curto prazo favorável para os países emergentes, mas com dúvidas quanto à dinâmica da recuperação global, tida como frágil pelo BC;
c) expectativa de inflação, apurada pelo boletim Focus, estão menores para 2017, mas ainda permanecem acima da meta de 4,5%;
O Copom também explicou os riscos que enxerga no cenário doméstico, neste momento, que podem comprometer o combate à inflação. Entre eles, foram destacados a inflação acim do esperado no curto prazo, pressionada pelos alimentos; as incertezas quanto à aprovação as medidas de ajuste fiscal; inércia inflacionária pode retardar a queda dos índices.
Do lado positivo, o Copom sinaliza que "os ajustes na economia podem ser implementados de forma mais célere, permitindo ganhos de confiança e reduzindo as expectativas de inflação". Além disso, o alto nível de ociosidade na economia pode contribuir para a queda da inflação em ritmo mais intenso que o previsto.