Por Paula Arend Laier
(Corrige cotação da ação PN da Vale no 6o parágrafo de 2% para cerca de 1,6%)
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou em alta nesta quinta-feira pela primeira vez na semana, com a recuperação dos papéis da Petrobras e a disparada no setor de educação ofuscando a queda de ações de bancos, novamente afetadas por apreensões de investidores sobre potencial efeito no setor de eventuais medidas do esforço fiscal do governo federal.
O principal índice da bolsa paulista fechou em alta de 0,38 por cento, a 55.112 pontos, após acumular queda de 4,1 por cento nos três pregões anteriores. O volume financeiro na sessão somou 6,9 bilhões de reais.
Novas reportagens na mídia acerca de possível elevação da tributação de bancos e do fim do mecanismo de Juros sobre Capital Próprio dentro do universo de medidas visando o controle das contas públicas voltaram a pesar em papéis com fatia relevante no Ibovespa, minando o pregão na maior parte do dia.
Próximo do encerramento, contudo, a mineradora Vale recuperou o fôlego perdido no meio da tarde, quebrando uma longa sequência de perdas para somar-se aos ganhos da Petrobras e de ações de educação. O movimento garantiu o fechamento positivo do índice, mesmo com a deterioração do setor elétrico, pressionado pelas ações de geradoras entre as quais a Eletrobras, que teve grau de investimento retirado pela Moody's.
DESTAQUES
=PETROBRAS experimentou uma trégua após três quedas seguidas, com as ordinárias fechando em alta de mais de 5 por cento, com o noticiário incluindo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, sem citar fonte, segundo a qual a estatal assumirá formalmente o compromisso de praticar preços de mercado na venda de combustíveis.
=VALE estancou uma sequência de sete sessões de perdas, com as preferenciais avançando cerca de 1,6 por cento, apesar de novo declínio nos preços do minério de ferro para entrega imediata na China. Vale PNA caiu 13 por cento nas sete sessões até a véspera.
=KROTON EDUCACIONAL e ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES voltaram a se destacar na ponta positiva do Ibovespa, um dia depois de a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovar Fies para cursos de ensino à distância. O Itaú BBA avaliou a notícia como neutra para empresas sob sua cobertura, citando uma série de desdobramentos para o projeto virar uma realidade. O BTG Pactual ponderou que há um longo caminho para ser percorrido, mas viu a aprovação do projeto de lei pela comissão como bastante viável a longo prazo, "o que inegavelmente fornece um impulso para o segmento", particularmente Kroton.
=EMBRAER avançou 2,78 por cento, após a fabricante de aeronaves assinar com a companhia aérea Azul um acordo final para a encomenda firme de 30 jatos do modelo E195-E2, confirmando carta de intenções anunciada em julho do ano passado. O Credit Suisse destacou a notícia como marginalmente positiva.
=ITAÚ UNIBANCO caiu 1,21 por cento, BRADESCO perdeu 1,72 por cento e BANCO DO BRASIL, cedeu 1,6 por cento, novamente em meio à apreensão acerca do potencial efeito nos respectivos resultados se incluídas entre as medidas fiscais do governo federal a extinção do mecanismo de JCP e aumento na Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), conforme noticiado na mídia.
=CEMIG liderou as perdas do índice, com baixa de 5,7 por cento, após a área técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ter emitido nota em que recomenda não aceitação de pedido das hidrelétricas sobre ajustes no cálculo do déficit de geração relacionada à crise hídrica.
O mercado também aguarda para a próxima semana julgamento sobre a concessão da usina hidrelétrica de Jaguara, que a Cemig briga para prorrogar por mais 20 anos.
Ações de outras geradoras também fecharam em queda após a notícia da Aneel. A Reuters já havia publicado no final de abril que a Aneel não estava convencida de que o problema do déficit hídrico tenha o tamanho alegado pelas geradoras. CESP fechou em baixa de 4,27 por cento.