ZURIQUE (Reuters) - O Credit Suisse ainda tem perguntas a responder sobre suas atividades de vigilância que se tornaram públicas no ano passado, informou o chefe do órgão de fiscalização financeira da Suíça nesta quinta-feira.
"O uso de empresas de segurança externa não é uma questão de supervisão em si", disse Thomas Bauer, presidente da FINMA. "Nesse caso, no entanto, ainda temos perguntas sem resposta sobre governança, como documentação, controle, comportamento das informações e canais de comunicação", afirmou ele ao jornal suíço Tages-Anzeiger.
"Para nós, o caso de espionagem do Credit Suisse é um caso sobre o qual ainda temos dúvidas", acrescentou Bauer.
O Credit Suisse admitiu no mês passado espionar outro ex-executivo, aprofundando um escândalo no grupo suíço, que já está sob investigação por colocar seu ex-chefe de gestão de fortunas sob vigilância.
O segundo maior banco da Suíça culpou o ex-diretor operacional, Pierre-Olivier Bouee, pela contratação de detetives em fevereiro para monitorar o então chefe de recursos humanos, Peter Goerke.
O banco descreveu uma operação não autorizada na qual todos os executivos e diretores, incluindo o presidente-executivo, Tidjane Thiam, foram mantidos no escuro sobre o que estava acontecendo.
O Credit Suisse culpou Bouee por um incidente semelhante envolvendo o ex-chefe de administração de patrimônio, Iqbal Khan, e também liberou Thiam de qualquer papel nele. Na época, Thiam a caracterizou como um "incidente isolado".
A FINMA, supervisor do mercado financeiro da Suíça, nomeou um investigador independente para analisar o caso.
Bauer disse que a investigação esclareceria a situação da FINMA, acrescentando que o caso que abalou o centro financeiro da Suíça pode prejudicar a reputação do setor.
"O primeiro passo da investigação é responder às nossas perguntas em aberto", disse Bauer. "Se haverá ou não consequências regulatórias, permanece em aberto."
(Reportagem de John Revill)