Por Andrea Shalal e Leigh Thomas
WASHINGTON (Reuters) - Os principais credores internacionais irão suspender o pagamento das dívidas neste ano para os países mais pobres do mundo, os mais afetados pela pandemia de coronavírus, que se alastra rapidamente e tem provocado a maior contração da economia global desde a década de 1930.
O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, afirmou que cerca de 76 países, incluindo 40 na África subsariana, seriam elegíveis para terem suspensos pagamentos de dívidas a credores oficiais e privados em valor combinado de 20 bilhões de dólares, com 12 bilhões de dólares remanescentes em pagamentos a instituições multilaterais ainda a serem resolvidos.
Os ministros das Finanças do Grupo dos Sete (G7) e os presidentes dos bancos centrais se reuniram nesta terça-feira por videoconferência e apoiaram um esforço para fornecer um alívio temporário da dívida aos países mais pobres.
Em comunicado conjunto, os ministros das Finanças e os banqueiros centrais do G7 disseram que estavam prontos para fornecer, devido ao atual momento, "uma suspensão no prazo dos pagamentos" de serviço da dívida para "todos os países elegíveis para financiamento por concessão do Banco Mundial", se a China e outros países Grupo das 20 principais economias também participarem e conforme acordado com o grupo de credores do Clube de Paris.
Os representantes do G20 irão se reunir nesta terça para se prepararem para uma reunião mais ampla de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais na quarta-feira. Fontes familiarizadas com o processo informaram à Reuters que esperavam que o G20 endossasse a suspensão dos pagamentos da dívida pelo menos até o final do ano.
Em um tuíte, o presidente do Banco Mundial, David Malpass, agradeceu ao secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, por organizar a reunião do G7 e apoiar o pedido conjunto com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, pela suspensão temporária da dívida.
O francês Le Maire afirmou que os governos credores oficiais, incluindo não apenas o Paris Club, mas também a China e outros membros do G20, suspenderiam 12 bilhões de dólares sob o acordo, que ainda precisa ser finalizado na quarta-feira.
Separadamente, uma autoridade sênior da Alemanha citou uma moratória da dívida por credores oficiais no valor de até 14 bilhões de dólares, número anteriormente informado por Malpass.
(Reportagem adicional de David Lawder em Washington; Michael Nienaber em Berlim; e Takahiko Wada, Tetsushi Kajimoto e Leika Kihara em Tóquio)