O crescente interesse de investidores e financiadores sobre políticas de responsabilidade social e o aumento da demanda por informações mais consistentes, comparáveis e úteis foi verificado por estudo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre práticas ambientais, sociais e de governança (ASG, ou ESG, na sigla em inglês), lançado nesta quinta-feira, 26.
Partindo de uma pesquisa feita com investidores do mercado nacional em novembro do ano passado e do levantamento das ações recentes sobre o tema de órgãos reguladores de países como Austrália, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido, o estudo servirá de "subsídio importante para futuras reflexões da Autarquia a respeito da transparência de informações ASG divulgadas no mercado de valores mobiliários brasileiro", diz comunicado divulgado pela CVM.
Na pesquisa de novembro, o órgão regulador do mercado de capitais nacional já havia verificado a "falta de padronização das informações ASG divulgadas de forma voluntária e sua confiabilidade" como maior preocupação de empresas e investidores. Agora, o estudo que "os riscos não-financeiros estão sendo cada vez mais considerados por investidores em seus processos de tomada de decisão".
Em relação à comparação com os reguladores de outros países, que deverá ser levada em conta na hora de a CVM desenhar normas sobre as práticas ESG, o estudo constatou que os países pesquisados, além da União Europeia, caminham para ter uma regulação "mais abrangente sobre reportes".
Lá fora, o foco maior tem sido em relação às mudanças climáticas. Também foi observado que, nesses países, a regulação sobre as práticas ESG no mercado de capitais tende a ser feita de forma "incremental", com avanços ao longo do tempo, e não por meio de marcos legais aprovados de uma vez.
O estudo "A agenda ASG e o mercado de capitais: uma análise das iniciativas em andamento, os desafios e oportunidades para futuras reflexões da CVM" foi realizado pela Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos (ASA) da autarquia federal. O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) colaborou na elaboração do comparativo internacional.