Por Marc Frank
HAVANA (Reuters) - Algumas dezenas de empresários norte-americanos enfrentaram duras sanções dos Estados Unidos e a pior crise econômica de Cuba em décadas para participar de uma conferência em Havana nesta quarta-feira, com foco no novo setor privado e com o objetivo de aumentar o engajamento entre os países inimigos da era da Guerra Fria.
A Câmara de Comércio cubana e a consultoria FocusCuba, com sede em Washington, que estão sediando o encontro, disseram que o evento de três dias foi o primeiro desde pelo menos 2018, quando o ex-presidente dos EUA Donald Trump impôs novas sanções sobre o embargo comercial de décadas.
As delegações cubana e norte-americana criticaram as sanções, a maioria das quais ainda estão em vigor, e pediram ao presidente norte-americano, Joe Biden, que abandone as políticas de seu antecessor.
O presidente da Câmara de Comércio cubana, Antonio Luis Carricarte, chamou a reunião no famoso Hotel Nacional de um "dia histórico", elogiando a persistência dos representantes presentes de ambos os lados do Estreito da Flórida.
Durante um breve degelo nas relações sob o ex-presidente Barack Obama, centenas de empresas norte-americanas chegaram para explorar oportunidades na quase proibida nação insular comunista.
Os empresários dos EUA presentes representam uma variedade de setores, desde serviços de alimentação a compras online, transferências digitais de dinheiro, transporte e finanças.
“Acho que os participantes estão buscando clareza em termos do que é possível com o investimento do lado cubano neste novo setor privado, embora quaisquer acordos também devam ser aprovados pelos reguladores dos EUA”, disse Phil Peters, fundador da FocusCuba à Reuters. "Precisamos de mais clareza lá também."
O governo Biden afrouxou algumas restrições a Cuba sobre remessas, turismo e migração. Também manifestou interesse em apoiar o setor privado de Cuba.
(Reportagem de Marc Frank; Reportagem adicional de Nelson Acosts em Havana e Steve Holland em Washington)