Investing.com - Em 2024 temos um dia a mais no mês de fevereiro, mas essa peculiaridade do calendário pode ter algum impacto nas atividades econômicas e financeiras? Ben Laidler, estrategista de mercados globais da eToro, examinou os efeitos que os anos bissextos costumam ter na Bolsa.
"O dia 29 de fevereiro é um ajuste necessário para sincronizar o calendário com o ciclo solar. Essa tradição remonta aos romanos e foi aprimorada no calendário gregoriano de 1582, que ainda usamos hoje. Esse dia extra traz alguns inconvenientes para as empresas e os mercados, que vão desde a divulgação de resultados até o cálculo de juros dos títulos. Normalmente, é um dia ruim para os mercados, mas bom para o ano, talvez porque também coincida com as eleições presidenciais nos Estados Unidos", explica.
"Além disso, esse 'dia bissexto' nos faz lembrar que há apenas quatro anos começamos a enfrentar os primeiros confinamentos por Covid, com quedas nas Bolsas e intervenções das autoridades", acrescenta Laidler.
Implicações
O dia extra do ano terá uma série de implicações que as empresas e os mercados deverão conhecer e considerar, segundo o estrategista da eToro. Por exemplo:
Os resultados das empresas no primeiro trimestre terão um dia a mais de vendas, o que representará um aumento de receita de cerca de 1%. Esses relatórios começam em 12 de abril e algumas, como a Walmart (NYSE:WMT), já levaram em conta o dia adicional em suas projeções de crescimento de vendas.
Pode ser preciso ajustar os números comparativos, como o crescimento de vendas nas mesmas lojas.
O departamento de recursos humanos terá que ajustar as folhas de pagamento, com maiores despesas para o pessoal não assalariado. Isso afeta todos os setores, desde o varejo até a construção.
O departamento de contabilidade terá que ajustar os cálculos de depreciação e amortização.
Os detentores de títulos receberão um dia a mais de juros e muitos títulos ajustarão seu rendimento no vencimento.
"Os dias bissextos só ocorrem a cada quatro anos e o mercado de ações não abre em todos os dias bissextos. Desde a criação do índice S&P 500 nos anos 50, tivemos 13 dias bissextos com o mercado aberto. Só subiu em cinco deles, ou seja, 38% menos que a média", aponta Laidler.
"A boa notícia é que os anos bissextos têm um desempenho muito melhor, talvez porque coincidam com o ciclo eleitoral americano. No último século, as ações americanas subiram 88% das vezes em um ano bissexto, e só caíram em três: em 1940, na crise tecnológica de 2000 e na crise financeira global de 2008 (veja o gráfico)", conclui o estrategista da eToro.
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