A indicação da manutenção de estímulos monetários por um período um pouco mais longo e uma certa chancela à política fiscal expansionista pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, seguiu descomprimindo os juros brasileiros na etapa da tarde. A despeito da pressão fiscal doméstica, as taxas andaram junto com o câmbio e, em um movimento mais forte visto nos contratos mais longos, ajudaram a desinclinar a curva. Destaque ainda para o leilão do Tesouro feito mais cedo, que teve boa aceitação no mercado.
Desde cedo, as taxas tinham queda em meio à aposta no pacote trilionário que o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, deve anunciar na noite desta quinta-feira. Essa ajuda adicional vem na esteira de dados fracos do mercado de trabalho americano em meio à segunda onda de covid-19.
A necessidade de estímulo foi reforçada pelo presidente do Federal Reserve, indicando que, de sua área, as ferramentas seguem à mesa. "O momento de aumentar os juros não está nem um pouco próximo", reforçou, no começo da tarde, em evento na Universidade de Princeton, destacando não ver um cenário de dominância fiscal na economia americana.
Neste contexto, o dólar à vista cedeu a R$ 5,2097 (-1,90%), nível mais baixo em 2021, influenciando no comportamento da curva de juros nos vértices mais longos. O diferencial entre os juros dos contratos de janeiro de 2022 e janeiro de 2027, que indicam a inclinação da curva, passou de 402 pontos-base na quarta a 383 pontos-base nesta quinta.
O DI para janeiro de 2027 recuou de 7,284% na quarta a 7,10% nesta quinta (regular e estendida). O janeiro 2029 foi de 7,693% a 7,54% (regular) e 7,52% (estendida). Na ponta mais curta da curva, o janeiro 2022 foi de 3,261% a 3,265% (regular) e 3,260% (estendida). O janeiro 2023, mais líquido nesta quinta, cedeu de 5,041% a 4,96% (regular) e 4,955% (estendida).