RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os custos de extração de petróleo na Bacia de Santos poderão atingir uma mínima histórica de 5 dólares por barril, mas o prazo para isso ocorrer dependerá do desenvolvimento da área conhecida como Cessão Onerosa, disse um executivo da Petrobras (SA:PETR4) a repórteres na quarta-feira.
Grandes empresas de petróleo investiram muito dinheiro no Brasil, maior produtor da América Latina, para garantir suas participações na camada de pré-sal, onde bilhões de barris de petróleo estão armazenados sob uma espessa camada de sal.
A vastidão dos recursos ajuda a reduzir os custos de extração, que já caíram para 6 dólares a 7 dólares por barril no campo de Lula, da Bacia de Santos, segundo Joelson Falcão Mendes, gerente-executivo de produção de petróleo em águas ultraprofundas da estatal.
O campo de Lula, o mais produtivo do Brasil, tem produção média de 879 mil barris de petróleo por dia, e é operado pela Petrobras em um consórcio com a Shell e a Galp, de Portugal.
Porém, chegar 5 dólares em Santos dependerá do ritmo dedesenvolvimento da área da Cessão Onerosa, concedida pelo governo em 2010 para a Petrobras realizar a extração de 5 bilhões de barris de petróleo e gás.
Entretanto, o governo e a petroleira ainda estão discutindo sobre uma renegociação de contrato na área, também localizada na bacia de Santos.
Mendes, que foi nomeado para o comitê que renegocia o contrato com o governo, não ofereceu mais detalhes sobre como isso afetaria os custos de extração.
Ele falou a jornalistas a bordo da plataforma P-66, que começou a produzir no campo de Lula no ano passado e tem a capacidade de processar 150 mil barris de petróleo por dia.
Entretanto, Mendes disse que a plataforma P-67, que deveria começar a produzir entre outubro e dezembro deste ano na parte norte do campo de Lula, poderia ser adiada para janeiro. Ele defendeu o tempo que a Petrobras levou para desenvolveráreas com logística complexa, observando que o consórcio estava terminando a fase de desenvolvimento do campo Lula, que foi descoberto em 2006.
"Se não tivessem ocorrido alguns atrasos na construção dos sistemas, o momento seria ainda melhor. Mas, de qualquer maneira, o momento é bastante interessante e extremamente competitivo em nível mundial", disse ele.
(Por Alexandra Alper)