CVC reverte prejuízo com lucro ajustado de R$8,5 mi no 4º tri e vê "nova fase"

Publicado 26.03.2025, 18:59
Atualizado 26.03.2025, 19:00
© Reuters.

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - A operadora de turismo CVC (BVMF:CVCB3) divulgou nesta quarta-feira lucro líquido ajustado de R$8,5 milhões no quarto trimestre, revertendo prejuízo de R$15,4 milhões apurado no mesmo período em 2023.

Sem ajustes, que incluem as linhas de depreciação e amortização, baixas de impairment e impostos diferidos, além de aquisições, o prejuízo líquido da CVC foi de R$61,2 milhões no trimestre, 17,8% menor em comparação com os meses de outubro a dezembro de 2023.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa somou R$108,1 milhões no período, crescimento de 25,1% ante os últimos três meses de 2023, com uma margem ajustada de 29,5%, de 24,5% um ano antes. Os dados consideram uma reclassificação entre linhas de efeitos cambiais.

O desempenho operacional foi apoiado por um avanço de 17,7% nas confirmações de reservas da operação Brasil, a principal do grupo, com altas de 16,9% nas reservas para viagens corporativas e de 18,5% nas de lazer. Na Argentina, as reservas confirmadas diminuíram em 17,8% no quarto trimestre.

A receita líquida da companhia no período subiu 4%, para R$366,4 milhões, com 98 aberturas e 8 fechamentos de lojas da CVC. A empresa também abriu na Argentina 10 franquias Almundo e encerrou outras duas. No total, foram 260 unidades inauguradas no Brasil e 39 na Argentina em 2024.

Apesar do resultado negativo na Argentina, o CEO da CVC, Fabio Godinho, disse em entrevista à Reuters que o movimento antecipava uma melhora econômica no país vizinho, e que essa melhora já deve ser refletida no balanço do primeiro trimestre.

"A gente cresceu 35% o número de lojas na Argentina no ano da crise, mas por quê? Porque a gente sabia que vinha demanda a partir de 2025, que é exatamente o que está acontecendo agora."

Godinho afirmou que a operação argentina é a que deve crescer mais no ano entre as três unidades de negócio do grupo.

Sobre novas lojas, tanto no Brasil quanto no exterior, a empresa deve manter um "ritmo bastante forte" de aberturas em 2025, mas não na mesma intensidade de 2024, disse o executivo.

No quarto trimestre de 2024, a dívida líquida do grupo de turismo era de R$241 milhões, 41,8% abaixo do patamar observado no mesmo período em 2023, com alavancagem financeira de 0,6 vez, de 2,1 vezes um ano antes.

No ano passado, a CVC chegou a acordo com debenturistas para reperfilamento de dívidas, com a duração passando de 1,5 para cerca de 3 anos. Na ocasião, a empresa disse que o alongamento tinha potencial de otimizar sua estrutura de capital e gestão do caixa.

O consumo de caixa da CVC no quarto trimestre foi de R$50,7 milhões, uma piora de R$47,8 milhões versus um ano antes, impactado pela redução em 4 dias do prazo de pagamento da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) para voos regulares.

Segundo o vice-presidente de Gente, Finanças, Jurídico e Estratégia da CVC, Felipe Gomes, o impacto é isolado. Desconsiderando esse efeito, a geração de caixa do período teria sido de R$89,3 milhões.

NOVA FASE

Para o CEO da CVC, o ano de 2024 marcou o "turnaround" da companhia, que agora, com o "balanço estabilizado", inicia uma nova fase focada em pessoas, transformação tecnológica e competitividade de preços, que seguirá até 2027.

"A gente vai apertar muito o acelerador dentro dessas estratégias em 2025", afirmou Godinho, acrescentando que não vai penalizar margens em função de preços. "Dá para a gente ter mais competitividade de preço sem precisar sacrificar margem."

O executivo também disse que a empresa retirou "milheiros", como a 123 Milhas, da base de clientes da CVC, se concentrando em contratos rentáveis, e que tem conseguido captar clientes de rivais digitais que enfrentam uma crise de credibilidade.

"Nossas vendas do multimarcas estão crescendo 70%. O mercado não está crescendo 70%, então estamos tomando muita fatia de mercado."

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