Investing.com - A General Shoppings comunicou ao mercado nesta sexta-feira que recebeu ofício da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informando que o colegiado da autarquia decidiu pela interrupção do curso do prazo de antecedência da convocação da Assembleia Geral Extraordinária, prevista para ocorrer hoje, por até 15 dias, para melhor compreensão da matéria, tendo em vista sua complexidade.
Com isso, as ações (SA:GSHP3) operam em queda de 8,43% a R$ 5,43.
Desde o fim de janeiro, o plano é alvo de processo na Justiça. Ontem, antes da comunicação feita pela CVM, a ação da empresa chegou a subir 15% e fechou em alta de 7,82%.
De acordo com o site do Valor Econômico, o pedido foi feito pela Inversiones Odisea, holding de investimentos e acionista da companhia. A Odisea também faz parte do grupo de detentores de títulos da dívida da companhia. A holding é uma empresa de investimentos da família do presidente do Chile, Sebastián Piñera, segundo o jornal "La Tercera".
O questionamento à CVM envolve fatos relacionados diretamente ao processo de reorganização societária da companhia, como “a possibilidade de pagamento de dividendo obrigatório sem a prévia compensação de prejuízos acumulados e de distribuição de parcela in natura” aos acionistas que aderirem ao plano.
Em dezembro, a companhia anunciou seu plano de reorganização, com a previsão da venda de 11 de 15 empreendimentos da empresa para o Top Center Fundo de Investimento Imobiliário, cujo único controlador indireto é a própria General Shopping (SA:FIGS11). A empresa argumenta que a venda aumenta o saldo da conta "reserva de lucros a realizar", levando-a a distribuir R$ 829 milhões em dividendos
No entendimento da Odisea, a operação visa na verdade o esvaziamento da companhia ao reduzir seu patrimônio em 95%, mas mantendo as dívidas, que atualmente são de R$ 1,1 bilhão.