Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A plataforma de comércio eletrônico de moda Dafiti inaugura nesta quinta-feira, em Extrema (MG), seu maior centro de distribuição na América Latina, enquanto busca capitalizar a migração das vendas para a internet após a pandemia de Covid-19 para reduzir prazos de entrega e ampliar sua fatia de mercado.
Com uma área de 54 mil metros quadrados e um investimento de 320 milhões de reais, o centro tem capacidade para separar 5 mil produtos por hora, o que reduz o tempo de separação dos produtos de 24 para duas horas.
"O cliente quer mais velocidade e assertividade nas entregas", afirmou o presidente-executivo e cofundador da Dafiti, Philipp Povel.
A unidade vai absorver as operações logísticas da companhia que já existiam na cidade e também incorporar as de outra na Grande São Paulo, que está sendo desativada. A estratégia vai reduzir de cinco para quatro o número desses centros da empresa na América Latina.
Povel afirmou que o projeto já vinha sendo desenhado desde 2018, mas ganhou maior importância no ano passado diante da pandemia, cujos efeitos econômicos e medidas de isolamento social fizeram do setor de moda uma das principais vítimas.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), as vendas de vestuário tiveram queda de cerca de 20% no ano passado.
Por outro lado, disse Povel, a Dafiti ganhou entre 1 e 2 pontos percentuais em participação de mercado, acompanhando a tendência do público comprar mais por canais online. Segundo ele, essa será uma oportunidade que a empresa buscará aproveitar para ganhar mercado, já que as compras digitais respondem apenas por 4% das vendas de moda no país.
Criada em 2011, a Dafiti se apresenta como o maior grupo de comércio eletrônico de moda da América Latina, com cerca de 7,7 milhões de clientes servidos a partir de unidades também na Argentina, no Chile e na Colômbia.
A companhia é controlada pelo Global Fashion Group, holding com participações em sites de moda em países emergentes e listada na bolsa de Frankfurt.
Outras grandes empresas de comércio eletrônico também anunciaram investimentos vultosos nos últimos meses para dar conta do salto da demanda diante dos efeitos da pandemia.
O Mercado Livre (NASDAQ:MELI), maior portal de comércio eletrônico da América Latina, anunciou em novembro a abertura de cinco novos centros logísticos no Brasil, dobrando a capacidade logística no país.
E a gigante norte-americana Amazon (NASDAQ:AMZN) anunciou a abertura de três novos centros logísticos, na maior expansão logística da companhia desde que chegou ao Brasil em 2012.
No caso da Dafiti, a concentração de operações no novo centro em Extrema também envolveu cálculos de ganhos fiscais, embora Povel tenha declinado de mencionar detalhes.