RIO DE JANEIRO (Reuters) - A DeVry Brasil, subsidiária da norte-americana DeVry Education Group, planeja lançar novos cursos de graduação no Sudeste nos próximos dois anos, depois de ter iniciado um curso de pós-graduação a distância na região este ano.
A entrada no Sudeste se deu depois de seis anos de atuação da DeVry no Norte e Nordeste, com a compra no final de 2014 da empresa paulista de cursos jurídicos Damásio Educacional.
Segundo o vice-presidente da DeVry no Brasil, Fernando Lau, depois do lançamento em outubro em São Paulo de MBA a distância sob a marca da empresa, o próximo passo será novos cursos de graduação no mesmo formato, nas áreas de administração, contabilidade e "eventualmente engenharia".
O pedido dos cursos de graduação já foi protocolado junto ao Ministério da Educação (MEC) e a expectativa é que sejam aprovados nos próximos dois anos, disse Lau. O grupo hoje possui 103 mil alunos do Brasil, sendo 58 mil no ensino superior e pós-graduação.
Além do foco no crescimento orgânico, o executivo disse que a DeVry permanece atenta a oportunidades de aquisições no Brasil. A companhia iniciou as operações no Brasil com a compra de participação na Fanor, em Fortaleza, em 2009. Em 2014, além da Damásio, foram compradas a Faculdade Ideal (Faci), em Belém, e a Faculdade Martha Falcão (FMF), em Manaus.
"A aquisição da Damásio marcou nossa entrada no Sudeste e foi muito estratégica, é um centro jurídico de alta qualidade. Nossa primeira entrada foi em um mercado de nicho e é uma possibilidade de diversificar em relação ao Fies", disse o executivo, mencionando a baixa exposição da instituição ao Fundo de Financiamento Estudantil do governo federal. Atualmente, 30 por cento dos alunos da companhia no país estão vinculados ao Fies.
Nas últimas semanas, as empresas de educação voltaram a anunciar aquisições de pequeno e médio portes, com anúncios da Estácio e da Cruzeiro do Sul Educacional.
Além disso, no final de outubro, a Kroton Educacional (SA:KROT3) fechou acordo para vender a empresa de ensino a distância Uniasselvi por até 1,105 bilhão de reais aos gestores de fundos Carlyle e Vinci Partners.
"Os fundamentos continuam muito sólidos, a penetração no setor educacional é muito baixa. Há uma faixa muito grande (da população) fora do ensino superior", disse Lau.
O grupo norte-americano teve receita de 441,4 milhões de dólares no primeiro trimestre fiscal de 2016 encerrado no final de setembro. A operação brasileira representa 10 por cento do faturamento do grupo.
(Por Juliana Schincariol)