Por Brian Ellsworth
CARACAS (Reuters) - A estatal venezuelana de Petróleo, PDVSA, tem pela frente o pagamento de títulos no valor de 1,2 bilhões de dólares, que vencem na próxima quinta-feira, em um teste da determinação do governo de Nicolás Maduro em cumprir a promessa de pagar duas dívidas internacionais, apesar da imensa crise econômica que atinge o país.
Os mercados se mantém otimistas e apostam no pagamento na dívida, apesar de investidores acreditarem que possa haver atrasos. Na semana passada, a PDVSA teve dificuldades para entregar os recursos reservados para o pagamento de outros títulos, em meio a uma confusão sobre quem seriam os bancos encarregados de fazer a transferência do dinheiro.
No entanto, economistas afirmam que o risco de um calote aumenta a médio prazo, já que a situação de colapso da economia venezuelana empobreceu o país e levou à deterioração da indústria de petróleo, vital para a Venezuela.
"A capacidade de pagamento do país parece ser bastante precária e isso reflete no atraso dos pagamento dos títulos e da amortização", afirmou Josephine Shea, diretora de Mercados Emergentes da Standish, uma subsidiária da BNY Mellon. "Minha expectativa é que esses títulos vão ter que ser reestruturados, provavelmente por uma situação de default".
Maduro afirma que a Venezuela pagará todas as suas dívidas, mas diz que o país é vítima de uma "guerra econômica" liderada pela oposição e alimentada pelas sanções dos Estados Unidos, que impedem o refinanciamento da dívida.
Depois do pagamento dos títulos na próxima quinta, a Venezuela não tem novos vencimentos até o segundo semestre de 2018.
No entanto, o país e a estatal vêm deixando de pagar os juros das dívidas desde o início de outubro, chegando a 750 milhões de dólares em pagamentos pendentes. Mesmo que consiga pagar esses valores em atraso, o país ainda terá outros 800 milhões a vencer em novembro e dezembro.