O dólar opera em alta, seguindo a tendência no exterior de fortalecimento frente à maior parte de moedas pares e, em dia de baixa liquidez, o movimento mostrava também a busca por proteção pelos investidores, que têm no radar externamente os riscos pelos impactos da variante Ômicron nas economias globais e, internamente, ficam de olho nas negociações do Orçamento 2022.
Às 9h49, o dólar à vista era cotado a R$ 5,7129, em alta de 0,48% e, no futuro, cujo contrato tem vencimento em janeiro, R$ 5,7250 subindo 0,22%. Mais cedo, no spot, atingiu a cotação de R$ 5,7214, na máxima do dia.
No Brasil, o relatório final do Orçamento de 2022, divulgado nesta segunda-feira pelo relator, Hugo Leal (PSD-RJ), prevê R$ 89,9 bilhões para o Auxílio Brasil, programa social que substituiu o Bolsa Família, no ano que vem. No documento, o deputado aceitou uma sugestão do Ministério da Economia e incluiu na peça orçamentária R$ 1,9 bilhão para o vale-gás em 2022. O relator também aumentou os recursos previstos para benefícios previdenciários, em R$ 27,5 bilhões.
Mais cedo, o Banco Central divulgou o Relatório de Mercado Focus o qual trouxe alteração no cenário da moeda norte-americana em 2021 e 2022. A mediana das expectativas para o câmbio no fim de período este ano subiu de R$ 5,59 para R$ 5,60, ante R$ 5,50 de um mês atrás. Para 2022, a estimativa para o câmbio também avançou, de R$ 5,55 para R$ 5,57, de R$ 5,50 há quatro semanas.
No exterior, o posicionamento mais duro dos bancos centrais, com alguns já iniciando o ciclo de aperto monetário, inicia uma nova ordem para o fluxo global e imprime desafios para emergentes, uma vez que a atratividade por juros maiores leva à saída de recursos desses países.
Economistas da LCA, em relatório, chamam a atenção para o crescimento da aversão ao risco por causa de novos lockdowns na Europa neste final de ano para evitar o espalhamento da nova variante do conoravírus. O Reino Unido registrou 82.886 novos casos de covid no domingo, um salto de 72% em relação às 48.071 novas infecções registradas no último domingo - e a quarta vez em que o país tem mais de 80 mil casos registrados desde o começo da pandemia.
O Fórum Econômico Mundial (WEF) anunciou o adiamento de sua reunião anual, prevista para o período de 17 a 21 de janeiro, devido a "incertezas em relação ao surto da Ômicron" na Europa. Em comunicado, o WEF informa que sua reunião anual agora está planejada para ocorrer no "início do verão" no hemisfério norte. Não foram divulgadas datas.
Ainda que a China tenha reduzido sua taxa de juros, aversão ao risco nas bolsas da Ásia, que fecharam em queda à medida que investidores retiraram posição na renda variável por conta de riscos associadas à variante Ômicron do coronavírus.