Após viés de alta na abertura com ajustes na esteira de perdas de 3,63% nos últimos cinco dias, o dólar à vista passou a cair, em manhã de disputa técnica em torno da taxa USD/BRL PTAX do fim de março e do primeiro trimestre.
Os investidores ecoam a boa recepção do novo arcabouço fiscal no mercado na quinta-feira, 30, e precificam os dados de PMIs industrial e de serviços na China melhores que o esperado, reforçando expectativas positivas para a economia chinesa, às exportações brasileiras de produtos básicos ao principal parceiro comercial do Brasil e ao fluxo comercial do País.
Há expectativas de novas informações sobre o novo arcabouço fiscal. Analistas de mercado veem que a nova âncora fiscal anunciada na quinta pela equipe econômica depende do aumento de receitas para ter êxito. Sem sinalização de corte de despesas, há o receio de que o governo promova uma elevação na carga tributária.
Os investidores voltam a focar no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem uma série de encontros fechados em São Paulo com representantes do mercado financeiro e do setor produtivo para explicar melhor o arcabouço fiscal e ouvir críticas e observações sobre a proposta. Também o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, será monitorado em evento na sede do Tribunal de Contas da União, em Brasília.
Na agenda, o aumento menor que o esperado da taxa de desemprego no País no trimestre até fevereiro ajuda no alívio de humor também. A taxa de desocupação no Brasil ficou em 8,6% no trimestre encerrado em fevereiro, de acordo com os dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio menor do que mediana de 8,7% das projeções do mercado (8,2% a 8,9%). A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.853 no trimestre encerrado em fevereiro, alta de 7,5% em relação ao mesmo trimestre de 2022. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 275,457 bilhões no trimestre encerrado em fevereiro, alta de 11,4% ante igual período do ano passado.
Às 9h40 desta sexta=feira, 31, o dólar à vista caía 0,33% a R$ 5,0811. O dólar para abril recuava 0,36%, a R$ 5,0820.