Por Andrei Khalip
LISBOA (Reuters) - O bilionário dono do Chelsea, Roman Abramovich, se tornou cidadão português, e agora tem um passaporte de um país membro da União Europeia junto aos de Israel e da Rússia que já possuía.
Um porta-voz de Abramovich confirmou uma reportagem do jornal português Publico neste sábado, que citou documentos do ministério da Justiça dizendo que o empresário nascido na Rússia havia recebido cidadania portuguesa em 30 de abril.
O caso de Abramovich foi baseado em uma lei portuguesa que oferece naturalização a descendentes de judeus sefarditas que foram expulsos da península ibérica durante a inquisição medieval, afirmou o jornal.
Milhares de judeus israelenses receberam cidadania portuguesa desde que a lei passou em 2015. A quantidade de requisições desse tipo cresceu em Portugal desde que terminou uma proposta de cidadania similar da Espanha a judeus sefarditas em 2019.
As genealogias dos candidatos são examinadas por especialistas, que também procuram evidências de interesse na cultura sefardita.
Abramovich doou dinheiro para projetos que honram o legado de judeus portugueses sefarditas na cidade alemã de Hamburgo, segundo o portal Mazal da Comunidade Judaica do Porto.
Há pouca história conhecida de judeus sefarditas na Rússia, embora Abramovich seja um sobrenome comum de origem judaica Ashkenazi.
Abramovich fez a sua fortuna, agora estimada em 14,3 bilhões de dólares segundo a Forbes, na indústria do petróleo da Rússia nos anos 1990 e comprou o Chelsea em 2003. Ele serviu como governador regional na Rússia entre 2000 e 2008 e ganhou cidadania israelense em 2018.
Cerca de 300 mil judeus viviam na Espanha quando, em 1492, os monarcas Isabella e Ferdinando ordenaram que eles e os muçulmanos do país se convertessem ao catolicismo ou deixassem o país. Dezenas de milhares fugiram a Portugal, apenas para serem perseguidos por lá, ou expulsos, em 1496.