Por Francesco Canepa e Balazs Koranyi
FRANKFURT (Reuters) - Mario Draghi pode ser o homem que salvou o euro, mas sua última entrevista à imprensa como presidente do Banco Central Europeu nesta quinta-feira não deve ser o grand finale que ele queria.
A inflação na zona do euro permanece em menos da metade da meta do BCE, a perspectiva econômica está piorando de novo e o apoio de autoridades à agressiva impressão de dinheiro de Draghi nunca foi tão baixo.
Tudo isso está tirando o brilho de um reinado de oito anos cujo clímax dramático foi a promessa de Draghi em 2012 de fazer "o que for preciso" para salvar o euro --código para sair ao resgate dos países membros altamente endividados e considerado o que evitou o colapso da moeda única.
Mas medidas mais recentes foram menos defendidas e Draghi deve gastar ao menos parte de sua última coletiva de imprensa defendendo a decisão do mês passado de retomar o programa de compra de títulos de 2,6 trilhões de euros do BCE apesar da oposição de um terço das autoridades.
"A expectativa é de que Draghi venha com uma forte --emocional-- defesa do pacote de setembro, provavelmente combinado com uma tentativa mais ampla de proteger o legado de todas as medidas adotadas sobre sua liderança, disse o economista do ING Carsten Brzeski.
Na reunião desta quinta-feira, que terá ainda a participação da nova presidente do BCE, Christine Lagarde, Draghi deve argumentar que um fluxo de dados fracos mostra que ele está certo e pode exigir que O BCE faça ainda mais.
Embora a política monetária deva permanecer inalterada após O BCE apresentar um forte pacote de estímulo há apenas seis semanas, Draghi vai manter a porta firmemente aberta para ainda mais estímulo se as perspectivas continuarem a piorar.