Washington, 26 abr (EFE).- A atividade econômica nos Estados Unidos cresceu 2,5% no primeiro trimestre deste ano após um desalentador 0,4% registrado entre outubro e dezembro, mas mesmo assim os analistas ficaram decepcionados pois esperavam um aumento maior.
O Departamento de Comércio divulgou neste sexta-feira o primeiro de seus três cálculos do Produto Interno Bruto (PIB) trimestral, que a maioria dos analistas previu que cresceria acima de 3%.
Em todo o ano passado, a maior economia do mundo cresceu 2,2%, após um aumento de 1,8% em 2011. Com os dados de hoje, os EUA completam quatorze trimestres consecutivos de expansão.
"Nos últimos quinze trimestres a economia cresceu 8,3% em termos globais, e os componentes do setor privado no PIB cresceram 12,2%", afirmou Alan Krueger, diretor do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca.
"É claro que a tendência de crescimento da economia americana continua sendo extremamente frágil", disse Adam Hersh, economista do Center for American Progress, um grupo liberal de Washington.
"E ainda não começamos a sentir realmente os impactos dos cortes automáticos nas despesas do governo", acrescentou.
Por sua parte, Josh Bivens, diretor do Instituto de Política Econômica, um centro de estudos independente, opinou que o relatório de hoje mostra que "a economia cresce a uma velocidade pouco acima da estagnação".
Após quarenta e dois meses de encerrada a recessão econômica mais profunda e prolongada dos EUA, a taxa de desemprego está em 7,6%, mas a diminuição deste indicador nos últimos dois meses corresponde mais ao grande número de pessoas que abandonam a busca por trabalho remunerado do que a um aumento real do emprego.
Os números iniciais, que o governo revisará duas vezes, mostram que o PIB entre janeiro e março se beneficiou da despesa dos consumidores, dos investimentos em estoque, das exportações e dos investimentos residenciais, enquanto para a desaceleração do crescimento contribuíram a redução da despesa do governo e o aumento das importações.
No primeiro trimestre de 2013 a despesa dos consumidores, que nos EUA representa mais de dois terços do PIB, cresceu 3,2% após aumentar 1,8% entre outubro e dezembro. O crescimento do primeiro trimestre deste ano foi o maior desde o final de 2010.
No entanto, a redução drástica de 4,1% nas despesas do governo e o aumento de 5,4% nas importações enfraqueceram o crescimento do PIB.
As despesas governamentais diminuíram pela décima vez nos últimos onze trimestres, e entre janeiro e março os gastos militares caíram a uma taxa anualizada de 11,5%.
Estes são os maiores cortes de despesas militares consecutivos desde 1954, quando os Estados Unidos desmobilizaram grande parte de seu aparato de segurança após a Guerra da Coreia.
Já o investimento em habitação, que tinha registrado um aumento anualizado de 17,6% no último trimestre de 2012, teve uma alta de 12,6% entre janeiro e março, o que assinala uma reativação dos setores da construção e imobiliário. EFE