SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A estatal Eletrobras (SA:ELET3) não conseguirá realizar os 5,7 bilhões de reais em investimentos inicialmente planejados para 2019, devido ao avanço mais lento de alguns projetos, como um linhão de transmissão entre Roraima e o Amazonas, disse nesta terça-feira o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr.
"Eu acredito que a gente tenha que rever uma parte do nosso orçamento para baixo, por conta desse deslocamento em termos de cronograma de algumas obras", disse o executivo, durante teleconferência com investidores sobre os resultados.
Segundo ele, os investimentos neste ano devem ficar ligeiramente abaixo de 5 bilhões de reais.
A Eletrobras somou aportes de 577,7 milhões de reais no segundo trimestre e de 1 bilhão no acumulado do ano, o que representa apenas 19% do total previsto.
Apenas a demora na licença para as obras do linhão de Roraima resultou em 139 milhões em investimentos programados e não realizados, de acordo com a Eletrobras.
O presidente da estatal destacou ainda que a Eletrobras fechou o segundo trimestre com relação entre dívida líquida e geração de caixa de 2 vezes, ou 2,6 vezes se desconsideradas indenizações que a empresa tem a receber nos próximos anos pela renovação de contratos antigos de transmissão (RBSE).
Ferreira havia se comprometido a levar a alavancagem, sem indenizações, para nível inferior a 3 vezes ao divulgar o Plano de Negócios da companhia.
"Finalmente atingimos nossa meta", afirmou o executivo.
A alavancagem sem as indenizações havia fechado 2018 em 3,1 vezes e encerrado o primeiro trimestre em 3 vezes.
(Por Luciano Costa e Rodrigo Viga Gaier)