Investing.com - Nos primeiros negócios da manhã desta sexta-feira na bolsa paulista, as ações da Eletrobras (SA:ELET3) operam com queda 1,60% a R$ 32,66, liderando assim as perdas do Ibovespa. Ontem, os papéis recuaram 5,82%.
O movimento é reflexo da declaração dada ontem pelo ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, nos Estados Unidos, dando conta de que a estatal Eletrobras “não será privatizada” no governo Jair Bolsonaro, “mas será capitalizada, em modelo semelhante ao que ocorreu no passado com a Embraer (SA:EMBR3), por exemplo”.
O governo anterior, de Michel Temer, falava em promover uma desestatização da Eletrobras, maior elétrica do Brasil, por meio de uma operação em que a empresa emitiria novas ações e diluiria a fatia governamental na companhia para uma posição minoritária.
A gestão Bolsonaro passou a adotar o termo “capitalização” para se referir ao processo, e o ministro Albuquerque chegou a dizer em algumas ocasiões que não há uma decisão fechada sobre a perda de controle da companhia pelo governo.
Nesta quinta-feira, no entanto, ele comparou a operação em preparação para a companhia ao modelo adotado pelo governo brasileiro com sua fatia na empresa aeronáutica Embraer, de acordo com vídeo do evento encaminhado pela assessoria do ministério.
Antes estatal, a Embraer foi privatizada no final de 1994, em leilão na bolsa paulista que envolveu 55 por cento das ações ordinárias da companhia, com direito a voto.
Ainda durante o evento em Washington, o ministro afirmou que há questões em discussão sobre o modelo da capitalização, como o destino da subsidiária de energia nuclear Eletronuclear e da usina hidrelétrica binacional de Itaipu.
Mais cedo, ele disse também que a Eletrobras já está em uma fase de maior “estabilidade” após uma crise financeira nos últimos anos. “Era uma empresa que estava, desculpe a expressão, quebrada”, afirmou.
No final de fevereiro, Albuquerque afirmou que a proposta do governo para a capitalização da Eletrobras deve estar pronta até junho.