Arena do Pavini - A Polo Securitizadora conseguiu no Tribunal de Justiça de São Paulo ontem duas liminares determinando que a Gafisa (SA:GFSA3) interrompa a emissão de boletos bancários para clientes em favor da construtora e faça a restituição do dinheiro que teria sido recebido indevidamente. O pedido da Polo foi feito depois que a Gafisa começou, em janeiro, a receber os créditos que havia vendido para a securitizadora e que foram usados na emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), depois vendidos a investidores do mercado. A Gafisa estaria emitindo os boletos destinando o dinheiro do pagamento para ela, e não para a securitizadora, alegando que o contrato de cessão de recebíveis havia sido desfeito. O juiz do caso deu prazo de 48 horas para a Gafisa informar os clientes que a credora dos boletos é a Polo Securitizadora, sob pena de multa de R$ 10 mil por boleto emitido. Foi determinado ainda o arresto de R$ 1,734 bilhão que teriam sido recebidos indevidamente e que devem ser devolvidos para a Polo.
A notícia é ruim para a Gafisa, avalia a corretora Guide Investimentos, lembrando que a construtora passou a ser controlada pela gestora de recursos GWI, que assumiu com uma proposta agressiva de reestruturação da companhia, trocando todos seus executivos, e defendendo melhorar as estruturas administrativas e reduzir custos operacionais. Mas, para a Guide, as mudanças recentes têm criado incertezas e influenciando negativamente os papéis da empresa, que sofre ainda com o fraco desempenho operacional em meio à queda de lançamentos, com distratos ainda altos e maiores descontos nas unidades em estoque. A empresa apresenta ainda despesas altas e um elevado endividamento.
A ação ordinária (ON) da Gafisa está em queda de 1,31% na Bovespa, enquanto o Índice Bovespa sobe 0,31%, para 94.694 pontos.
Por Arena do Pavini