SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de energia renovável Omega Geração registrou lucro líquido de 37,6 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 19% na comparação com mesmo período do ano passado, ao reverter perda de 30,7 milhões no segundo trimestre.
A Omega atribuiu o resultado a um melhor desempenho de seus ativos como usinas eólicas, em meio ao início ligeiramente atrasado neste ano da chamada "safra de ventos" na região Nordeste, segundo balanço divulgado na manhã desta quinta-feira.
Por volta de 11:25, as ações subiam 1,35%, a 35,98 reais, enquanto o índice Small Caps, do qual fazem parte avançava 1,76%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou 230,6 milhões de reais se desconsiderados efeitos não-recorrentes, com estabilidade na comparação ano a ano.
A empresa disse que foi afetada pela indisponibilidade de usinas, com as eólicas apresentando o pior índice para um trimestre e com a pequena hidrelétrica de Serra das Agulhas, em Minas Gerais, impactada por fortes chuvas no começo do ano que forçaram a realização de reparos ainda em andamento.
A usina em MG deve estar novamente em operação no quarto trimestre, acrescentou a Omega.
Essas questões operacionais e "resultados comerciais mais tímidos devido aos impactos gerados pela Covid-19" provavelmente farão com que a Omega feche o ano pela primeira vez abaixo das projeções de seu plano de negócios, mas com "lucro bruto ainda acima de 2019", disse em nota o CEO, Antonio Bastos Filho.
"Acreditamos que esta combinação de fatores não recorrentes observada em 2020 não deve se repetir nos próximos anos", afirmou ele, ao destacar que a expansão da empresa deve mitigar impactos de ativos específicos sobre seu portfólio em geral.
Ele também disse que "o 4° trimestre pode ser o melhor do ano", com a melhoria dos ventos e um provável aumento de preços de energia de curto prazo.
A receita líquida somou 314,4 milhões de reais no trimestre, com alta de 10% na base anual. A empresa fechou o terceiro trimestre com posição de caixa de 1,94 bilhão de reais (+51%) e dívida líquida de 2,6 bilhões de reais.
CRESCIMENTO
A Omega espera concluir ainda em novembro uma aquisição de ativos de geração eólica na região Sul fechada junto à Eletrobras (SA:ELET3), enquanto a compra de uma fatia de 50% em parques eólicos da francesa EDF (PA:EDF) na Bahia anunciada em agosto também deve ser fechada neste mês.
Em paralelo, a empresa tem avaliado outras oportunidades para novos investimentos em ativos que somariam cerca de 460 megawatts em capacidade, acrescentou.
Se todas transações avançarem, a Omega poderia alcançar 2,3 gigawatts em capacidade até 2022, quase dobrando a capacidade atual, que é de cerca de 1,2 gigawatts se não considerados os ativos com aquisição ainda não fechada.
A Omega ainda disse que uma plataforma digital de comercialização de eletricidade recém-lançada pela companhia negociou mais de 78 milhões de reais em apenas 22 dias de operação, com 42 empresas registradas e 1,6 mil solicitações de cotações.
(Por Luciano Costa)