SÃO PAULO (Reuters) - O empresário Wesley Batista, presidente-executivo da empresa de carnes JBS (SA:JBSS3), foi um dos alvos de mandados de condução coercitiva na operação realizada nesta segunda-feira pela Polícia Federal, que tem como foco fundos de pensão, informou a companhia.
Chamada de "Greenfield", a operação da Polícia Federal inclui as empresas J&F Investimentos e Eldorado Brasil. Wesley é membro da família Batista, controladora da J&F, que por sua vez controla a Eldorado e a JBS.
Representantes da J&F afirmaram que a operação da PF não envolve a processadora de carne JBS. Apesar disso, as ações da JBS lideravam as perdas do Ibovespa, recuando mais de 4 por cento, enquanto o índice tinha alta de 0,12 por cento às 12:10.
Mais cedo, a PF deflagrou a operação "Greenfield" para investigar suspeita de fraude nos fundos de pensão de estatais Previ (Banco do Brasil (SA:BBAS3)), Petros (Petrobras (SA:PETR4)), Postalis (Correios) e Funcef (Caixa Econômica Federal), com o cumprimento de 127 mandados judiciais em diversos Estados. A operação também incluiu mandados envolvendo a construtora WTorre, segundo informação publicada na mídia.
"Greenfield" é normalmente um termo usado no jargão empresarial para se referir a construções de novas fábricas.
"A J&F e seus executivos esclarecem que colaboram com as investigações e estão à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários", afirmou a holding em comunicado à imprensa.
Segundo a J&F, os investimentos feitos por Petros e Funcef na Eldorado foram de 550 milhões de reais em 2009. De lá até o final do ano passado, a participação dos fundos subiu cerca de cinco vezes, para 3 bilhões de reais.
A Funcef e Petros detêm 8,53 por cento cada do fundo de investimento FIP Florestal, que investe na Eldorado. A produtora de celulose começou a ser construída em 2010 e foi inaugurada no final de 2012.