Empresas aeroespaciais globais recorrem à Índia em meio à crise em cadeia de suprimentos

Publicado 17.02.2025, 14:13
Atualizado 17.02.2025, 14:15
© Reuters. Avião Airbus A330neo decola do centro de entrega da Airbus em Colomiers, perto de Toulouse, Françan20/03/2019nREUTERS/Regis Duvignau

BENGALURU (Reuters) - A Airbus (EPA:AIR), a Collins Aerospace, a Pratt & Whitney e a Rolls-Royce (LON:RR) estão expandindo a aquisição de peças da Índia, impulsionando o crescimento do emergente setor aeroespacial do país e levando empresas locais a elevarem seus padrões, segundo fontes do setor.

A Hical Technologies e a JJG Aero, sediadas em Bengaluru, estão entre as companhias que aproveitam o cenário. A Hical, fornecedora da Raytheon Technology e da Boeing (NYSE:BA), entre outras, pretende dobrar a receita para 5 bilhões de rúpias (US$57,57 milhões) de sua divisão aeroespacial em três anos, disse Yashas Jaiveer Shashikiran, diretor administrativo adjunto da empresa.

A JJG Aero, também presente no polo industrial de Bengaluru, levou 12 anos para atingir uma receita de US$2 milhões, mas a receita subiu para US$20 milhões nos últimos seis anos, disse o CEO, Anuj Jhunjhunwala.

O crescimento faz parte de um impulso no setor aeroespacial da Ásia-Pacífico, com receitas para 2024 projetada 54% acima dos níveis de 2019, enquanto América do Norte e Europa permanecem 3% e 4% abaixo, de acordo com a Accenture (NYSE:ACN) Research.

"Antes, estávamos em busca dos clientes. Agora, eles estão igualmente interessados em avaliar as fábricas indianas", disse Jhunjhunwala, acrescentando que contratos e processos de integração estão sendo concluídos muito mais rapidamente.

As empresas produzem peças para trem de pouso, asas, fuselagem, interruptores elétricos e sistemas de controle de movimento essenciais para a segurança e o desempenho do voo.

Os principais fabricantes ocidentais de aviões e motores, cuja produção tem sido restringida por greves, limites de produção e escassez de peças e mão de obra desde a pandemia, afirmam que querem comprar mais da Índia para atender à crescente demanda por viagens aéreas.

"A Índia é a melhor solução para os desafios da cadeia de suprimentos", disse Huw Morgan, vice-presidente sênior de compras aeroespaciais da Rolls-Royce, na semana passada, em um evento do setor.

A empresa britânica planeja dobrar o fornecimento vindo da Índia em cinco anos.

O país está entre os maiores compradores de aeronaves do mundo, mas responde por apenas 1% do mercado global da cadeia de suprimentos, de acordo com a recém-formada Associação Aeroespecial da Índia.

"Após a Covid, o setor aeroespacial global atingiu um ponto de inflexão. Embora essa mudança tenha começado em 2020, o setor aeroespacial é lento - leva tempo para que as mudanças se materializem", disse Aravind Melligeri, do fornecedor Aequs.

MAIS AVIÕES, MAIS PEÇAS

A Índia, o terceiro maior mercado de aviação doméstica do mundo, também está entre os que mais crescem, impulsionando a demanda por serviços e peças de manutenção.

Os pedidos maciços de aeronaves da IndiGo e da Air India estão alimentando o crescimento em todo o ecossistema da aviação, disse o CEO da Air India, Campbell Wilson, à Reuters.

Apesar de empresas indianas participarem há muito tempo do setor aeroespacial global avaliado em US$180 bilhões, elas agora estão indo além da manufatura básica, para trabalhos de maior valor, como design, engenharia e integração de sistemas.

Em 2024, a Airbus celebrou seu segundo contrato sobre portas de aeronaves em um ano com fornecedores indianos.

"A Índia está contribuindo com mais de 1 bilhão de euros atualmente na cadeia de suprimentos geral da Airbus e esperamos dobrar esse valor. Toda aeronave comercial da Airbus hoje tem alguma peça ou componente fabricado na Índia", disse Michel Narchi, chefe de operações internacionais da Airbus.

(Reportagem de Nivedita Bhattacharjee, em Bengaluru; reportagem adicional de Lisa Barrington, em Seul, e Joanna Plucinska, em Londres)

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