SÃO PAULO (Reuters) - O executivo brasileiro de transmissão de eventos esportivos José Margulies, acusado de facilitar subornos para dirigentes de futebol, voltou ao Brasil, onde está se preparando para lutar contra a extradição aos Estados Unidos por acusações de extorsão e fraude, disse seu advogado nesta terça-feira.
Margulies, de 75 anos, que é argentino naturalizado brasileiro, é um dos 14 acusados citados num inquérito de promotores norte-americanos divulgado em 27 de maio, que desestabilizou o mundo do futebol.
No começo daquele dia, autoridades suíças prenderam sete dirigentes que participariam do Congresso anual da Fifa, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Outros dirigentes e executivos que estão entre os indiciados foram presos nos EUA, Itália, Paraguai e Trinidad e Tobago.
Margulies e dois executivos argentinos de marketing esportivo são os únicos três acusados nos EUA que não foram presos.
Um advogado brasileiro de Margulies, Jair Jaloreto, disse à Reuters em entrevista por telefone que seu cliente veio para o Brasil a partir da Alemanha há mais de uma semana. Ele declarou que Margulies não estava comentando as acusações norte-americanas.
Jaloreto já apresentou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando qualquer extradição. A Constituição brasileira proíbe a extradição de cidadãos naturalizados a menos que eles sejam acusados de tráfico de drogas ou crimes anteriores à naturalização.
Margulies nasceu na Argentina e se naturalizou brasileiro em 1973. Um juiz do STF recusou uma ação de Jaloreto na semana passada porque ainda não há um processo de extradição ativo no Brasil contra Margulies, que está na lista dos mais procurados do FBI.
(Reportagem de Brad Haynes) OLBRSPORT Reuters Brazil Online Report Sports News 20150616T203216+0000