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Entrevista: WeFin visa criar a maior comunidade de factoring e securitizadoras

Publicado 18.11.2022, 12:46
© Wefin

Por Jessica Bahia Melo

Investing.com – A WeFin, braço de tecnologia da gestora de fundos de investimentos SRM Asset, quer criar a maior comunidade de factoring e securitizadoras para compartilhamento de operações por meio de plataforma de cruzamento de dados. O objetivo é aumentar a eficiência financeira na gestão de carteiras e formalização de operações, assim como a diminuição da inadimplência.

A plataforma WeFin utiliza Inteligência Artificial e integração com diversas fontes de dados em uma só interface, com o uso de banco de dados próprio, cerca de 20 anos de informações sobre o mercado de concessão de crédito e mais de R$ 20 bilhões transacionado na plataforma. Agora, a empresa mira nas mais de seis mil factoring e securitizadoras do Brasil, assim como fintechs de crédito em fase de impulsionamento.

O projeto iniciou em 2019 e a plataforma foi lançada no ano passado, oferecendo acesso a dados e funding para alavancar as operações. O braço do Grupo SRM tem um fundo de R$ 150 milhões para oferecer às companhias que fazem parte da comunidade.

Confira entrevista com Marcos Mansur, diretor de operações da Wefin:

Investing.com - Qual contexto de criação dessa plataforma?

Marcos Mansur – A SRM é uma gestora de fundos que estruturou o primeiro FIDIC no mercado brasileiro lá atrás. Desde então, a gente entendeu que o business de crédito ia sofrer uma mudança muito forte, contando muito mais com tecnologia do que como na época em que os bancos faziam tudo de uma forma mais tradicional. Em 2006, a gente adquire uma software house, trazendo pra dentro da nossa gestora a parte de tecnologia e aí a gente começa a desenvolver uma plataforma proprietária para mono usuário, para ter um pouco mais de agilidade do que os bancos nas operações de crédito.

A gente tinha todo esse ecossistema ligado a uma plataforma de tecnologia muito antes do que até mesmo do aparecimento de regulações. E essa tecnologia que a gente desenvolveu nos colocou num posicionamento que nos permitiu crescer muito rápido por ter um serviço e uma agilidade muito forte para atendimento do cliente, assertividade para a parte de score de crédito e controle de fraudes. Em 2019, chegamos a R$1,5 bi sob gestão, fazendo quase R$6 bi de operações de crédito, antes da pandemia.

A tecnologia é uma parte muito grande da gestora. Quase um terço das pessoas que trabalham, das trezentas pessoas que trabalham na gestora, estão na área de tecnologia, desenvolvendo toda a parte de experiência do cliente.

Então, fomos transformando a plataforma para ela ser multiusuária e hoje gente tem uma estrutura para licenciamento dessa plataforma pra outros players do mercado e outras fintechs.

Inv.com Quando começou a operação da plataforma e qual o objetivo da plataforma de compartilhamento de operações? A quem é voltada, como ela funciona, na prática?

Mansur – A partir de dois mil e dezenove a gente ‘starta’ o projeto de licenciamento da plataforma e a gente começa a destravar para multiusuários. No final do ano passado, a gente começa efetivamente a licenciar a plataforma. São dois públicos-alvo muito fortes. Primeiro, a gente licencia a plataforma para outras fintechs que não querem desenvolver toda essa parte que hoje é uma commodity, de formalização digital, assinaturas eletrônicas, emissões e bancarização, conta digital, fora o arcabouço de quatro terabytes de dados para que eles possam fazer modelagens de crédito com os nossos históricos, com o nosso banco de dados.  A gente está indo para um perfil de fintechs que fazem um crédito um pouco diferente, como direitos autorais, operações de assinatura de equipamentos, crédito estudantil, para escola. Então a gente tem explorado muito essas fintechs de micronichos e acabamos licenciando a plataforma para elas.

E um outro grupo são as factorings e securitizadoras de pequeno porte. A gente entende que, quando elas começam uma operação ou elas são uma operação pequena, elas ficam isoladas, onde tem um oceano cheio de tubarões. A ideia é criar uma comunidade com várias factorings e securitizadoras, onde a gente é o principal doador de dados e informações, pelo nosso tamanho. Com o nosso banco de dados, se plugando na nossa plataforma, é possível usufruir de todo esse histórico de quase 20 anos que a gente possui, ela começa a participar de uma comunidade com outras factorings, que hoje são 20, e começam a trocar informações dentro da plataforma, desde informação de crédito, histórico de pagamento.

Inv.com Como está o processo para encontrar parceiros?

Super acelerado. A gente hoje tem aproximadamente 12 fintechs já plugadas na nossa plataforma. Devemos fechar o ano com 20 e ano que vem com 50. E a parte de factorings e securitizadoras já temos oito. Devemos chegar a 30 até final do ano que vem. A ideia é criar essa comunidade e possibilitar, mais do que acesso a dados, dar acesso a funding, para avalancar as operações via funding nosso.

Inv.com Quais os próximos passos a partir de agora?

O modelo foi comprovado como muito eficiente, a aderência é muito forte. É muito vantajoso e o modelo em termos de custos são diferentes, mas muito aderentes para cada um dos dois grupos. Acreditamos que os próximos dois anos devem ser bem acelerados.

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