Madri, 26 jun (EFE).- O Tesouro Público espanhol captou nesta terça-feira 3,077 bilhões de euros em títulos a três e seis meses com juros de 2,5% e de 3,369%, os mais altos para uma emissão com essas características desde novembro.
Do total, 1,6 bilhão de euros foi captado em letras de três meses com juros de 2,5%, contra o 0,879% do leilão anterior; e 1,477 bilhão em letras a seis meses, com juros de 3,369%, quase o dobro que o Tesouro pagou em maio (1,1793%).
O valor captado superou o objetivo máximo da emissão, calculado entre dois e três bilhões de euros, e a proporção entre a demanda e o importe final foi muita alto, de 2,7 vezes, já que as entidades solicitaram mais de 8,3 bilhões de euro.
Esta foi a primeira emissão do Tesouro depois que o governo espanhol solicitou formalmente a ajuda financeira estipulado pelo Eurogrupo para recapitalizar os bancos.
Além disso, o leilão foi realizado nas vésperas da cúpula europeia que começa nesta quinta-feira, na qual os líderes da União Europeia debaterão uma maior integração fiscal e bancária.
Apesar da subida na rentabilidade, os juros oferecidos hoje pela Espanha para colocar suas letras a três e seis meses está muito longe do que foi pago em novembro (mais de 5%).
Na ocasião, com o Partido Popular recém chegado ao governo, o mercado mostrava sua impaciência com a Espanha à espera das primeira medidas do novo Executivo para cortar o déficit e sanear o setor financeiro.
Sete meses depois a Europa segue na expectativa de que a União Europeia encontre um meio de conciliar austeridade e crescimento, embora as expectativas diante da cúpula da quinta-feira estão "se esfriando", segundo o departamento de análise do "Bankinter".
No mercado de dívida soberana, o prêmio de risco da Espanha sofria um ligeiro aumento do nível da abertura da sessão (512 pontos básicos) e se situava em 518 pontos por volta do meio da manhã (hora local).
Os juros do bônus espanhol a dez anos, cujo diferencial com o alemão de mesmo prazo mede o risco-país, passava de 6,61% para 6,69%.
O comissário europeu de Concorrência, Joaquín Almunia, considerou hoje "exagerada" a pressão enfrentada tanto nos mercados da dívida soberana como em relação aos bancos espanhóis, que foram rebaixados pela agência de classificação de riscos Moody's ontem. EFE