Embora as audiências da Unick já estejam previstas para voltar em janeiro de 2021, vítimas buscam ressarcimento.
Contudo, o pedido foi negado pela juíza da 7ª Vara Federal de Porto Alegre, Karine da Silva Cordeiro.
Ela considerou que os clientes são “partes estranhas à relação processual penal”, enquanto o Ministério Público Federal (MPF) defende que a vítima é o governo.
Reparação às vítimas da Unick é indeferida
A magistrada defendeu que, embora medidas cautelares tenham sido deferidas, elas não implicam na reparação obrigatória de danos. A decisão foi publicada na quinta-feira (19), e foi divulgada pelo Jornal NH.
Cordeiro ressalta ainda que não é possível transferir valores retidos diretamente a clientes. A juíza da 7ª Vara Federal de Porto Alegre concluiu que o número expressivo de pedidos causa tumulto.
Enquanto isso, o MPF sustenta que o crime praticado pela Unick se enquadra no tipo penal “crimes contra o sistema financeiro”.
Desta forma, o parquet defende que a vítima é o estado, e não os investidores individuais.
Ainda é salientado pelo MPF que “não há dinheiro suficiente para indenizar todos”, uma vez que a Unick deve uma fortuna em impostos e multas.
O interesse da União parece tão grande que até mesmo o Banco Central acompanha de perto o caso.
É importante ressaltar que o rombo da Unick chega a R$ 12 bilhões, de um total de R$ 28 bilhões arrecadados.
Cerca de 1.500 BTC foram apreendidos em outubro de 2019, no momento da prisão de Leidimar Lopes — líder do esquema. A prisão foi resultado da Operação Lamanai.
Carros e bens também foram apreendidos no momento da prisão de Leidimar.
Clientes não desistem Segundo o Jornal NH, os clientes continuam tentando reaver os valores investidos.
Alguns continuam se organizando em redes sociais para buscar soluções de conseguir de volta ao menos parte dos valores retidos.
Um exemplo é uma investidora de Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul, que perdeu R$ 55 mil. Ela relatou:
“Vendi uma casa que tinha após a separação e usei uma parte para investir na Unick. Fiz um plano para mim e outro para minha filha. No primeiro mês já não recebemos e passamos a ser enroladas pelos sócios da empresa. A outra parte do dinheiro da venda da casa foi consumido com as despesas do cotidiano e o investimento que a Unick nos roubou está fazendo muita falta.”