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Investing.com – Apesar do tom mais moderado recente sobre política comercial e juros, o estrategista macro da Bloomberg, Simon Flint, mantém uma visão cautelosa em relação ao desempenho futuro do S&P 500.
Em análise publicada nesta quinta-feira, Flint elenca cinco fatores centrais que sustentam seu pessimismo: ambiente político instável, falta de apoio institucional, deterioração dos indicadores macroeconômicos, avaliações elevadas das ações e excesso de exposição dos investidores ao mercado norte-americano.
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Segundo ele, o discurso mais brando sobre tarifas e Federal Reserve representa uma melhora marginal, mas o risco de retrocessos permanece elevado. A volatilidade política, alimentada pelo histórico do presidente Donald Trump com medidas tarifárias e o entorno de conselheiros com posturas consideradas heterodoxas, segue como elemento de incerteza para os mercados.
Mesmo que a administração tente reclassificar os últimos ajustes tarifários como parte de uma estratégia coordenada, Flint avalia que a probabilidade de uma condução estável da política econômica ainda é frágil.
No campo macroeconômico, o analista destaca que tanto o espaço fiscal quanto a margem para afrouxamento monetário são restritos. “O Fed dificilmente promoverá cortes de juros no curto prazo — e uma eventual redução motivada por pressão política colocaria em xeque a credibilidade da instituição”, afirmou.
Além disso, ele vê baixa probabilidade de que reformas relevantes em matéria tributária e regulatória avancem antes do outono. Ao mesmo tempo, o contexto de limitação orçamentária impede estímulos fiscais de maior escala.
Do lado dos indicadores, Flint chama atenção para sinais de enfraquecimento mais agudo. O índice de atividade da Goldman Sachs (NYSE:GS) já se encontra 1,4 desvio-padrão abaixo da média histórica — patamar que, segundo ele, costuma preceder deteriorações mais pronunciadas no intervalo de até dois meses após choques.
A questão das avaliações também preocupa. O estrategista aponta que o múltiplo preço-lucro do S&P 500 está cerca de um desvio-padrão acima da média dos últimos dez anos. Estimativas de valor justo sugerem que o índice poderia recuar até a faixa dos 4.500 pontos.
Outro fator destacado é o forte posicionamento global em ativos norte-americanos. Para Flint, esse excesso de exposição configura um risco de liquidação rápida caso o sentimento de mercado mude.
Em resumo, o estrategista vê poucos elementos que sustentem uma visão construtiva no curto prazo. “Os Estados Unidos têm um histórico de autorregulação”, reconheceu, “mas ainda não chegou o momento.