Investing.com – Wall Street futuro sinalizou abertura em queda nesta terça-feira, com os investidores digerindo os resultados do Morgan Stanleye comentários políticos sobre a força do dólar e os planos da Grã-Bretanha de se retirar da União Europeia (UE), conhecidos como Brexit.
O Dow futuro, índice que engloba as principais empresas listadas na bolsa, caiu 68 pontos, ou 0,34%, às 10h04 (horário de Brasília); o S&P 500 futuro recuou 9 pontos, ou 0,4%, enquanto que o Nasdaq 100 futuro, composto pelas maiores empresas de tecnologia do mercado, registrou queda de 19 pontos, ou 0,38%.
O Morgan Stanley (NYSE:MS) viu suas ações saltaram 1,6% nas negociações pré-mercado, movimento fundamento nos números de lucro por ação e receita relatados pelo banco, que superaram as projeções dos especialistas.
A UnitedHealth Group (NYSE:UNH), empresa que compõe o Dow, também divulgou resultados trimestrais favoráveis nesta terça-feira, superando as expectativas tanto no faturamento quanto no lucro.
Enquanto isso, os mercados estavam refletindo sobre os comentários políticos sobre o Brexit, com a primeira-ministra britânica, Theresa May, definindo planos para a negociação de novos acordos comerciais para após a saída do país do mercado comum europeu.
Durante o discurso de May, os mercados pareciam interpretar suas palavras como um indício de que o governo britânico trabalharia para negociar um Brexit "brando", com a libra ampliando os ganhos após um relatório indicar que a inflação do Reino Unido cresceu mais do que o esperado no mês passado, tocando a máxima desde 2014, com uma libra mais fraca pressionando os preços ao consumidor.
Às 10h06, o par GBP/USD registrava alta de 1,72%, marcando US$ 1,2255 e aproximando-se da máxima intradia de 1,2278, atingida durante o discurso.
O secretário do Brexit, David Davis, tem pronunciamento ao Parlamento marcado para as 11h30, no horário de Brasília.
Na América, o dólar americano despencou à mínima de um mês frente a uma cesta de moedas importantes, após o novo presidente americano, Donald Trump, alertar que a moeda estava "forte demais", de acordo com um relatório do Wall Street Journal, publicado na última segunda-feira.
Anthony Scaramucci, membro sênior da equipe econômica de Donald Trump, reiterou esse sentimento nesta terça-feira, destacando os riscos de um dólar muito forte.
Enquanto isso, Trump advertiu que a medida de ajuste das fronteiras, um dos pontos do plano dos republicanos de tributar importações e isentar exportações, é "muito complicada".
Os comentários corroboraram com a crescente incerteza sobre a política econômica dos EUA antes da posse, no fim desta semana, do presidente eleito.
O índice dólar atingiu um vale em 100,44 ainda hoje, nível inédito desde 8 de dezembro.
Enquanto isso, os preços do petróleo apresentaram alta de mais de 1% nesta terça-feira, estimulados por um dólar mais fraco e a torrente de comentários acerca do acordo de redução da produção mundial.
O ministro de energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, afirmou, nesta segunda, que o reino cumprirá rigorosamente com o acordo de corte, demonstrando confiança na eficácia do plano da Opep de impulsão dos preços.
Ao falar com repórteres nos bastidores de um evento do setor petrolífero em Abu Dhabi, Falih comentou que considera improvável que membros e não membros da Opep estendam os cortes para além dos seis meses acordados, citando o nível de conformidade com o acordo e o reequilíbrio do mercado.
Segundo notícias, nesta terça-feira, o ministro de energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Mazroui, comentou que era muito cedo para determinar se os principais produtores precisariam renovar o acordo de corte de produção após os seis meses previstos, mas indicou que vê uma queda nos níveis de estoque do mundo.
Os contratos futuros do petróleo bruto americano avançaram 1,2%, cotados a US$ 53,00, às 10h07 (horário de Brasília), enquanto que o petróleo Brent avançou 1,06%, operando a US$ 56,45.