Por Doina Chiacu e Karen Freifeld
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos restringiram a entrada de produtos de mais três empresas chinesas no país nesta terça-feira, como parte de um esforço para eliminar da cadeia de suprimentos norte-americana produtos fabricados com o trabalho forçado de minorias uigures.
Xinjiang Tianmian Foundation Textile, Xinjiang Tianshan Wool Textile e Xinjiang Zhongtai Group foram adicionadas à Lista de Entidades da Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado Uigur (UFLPA, na sigla em inglês), de acordo com uma publicação do governo, elevando o número total de entidades na lista para 27.
As três empresas foram sofreram restrição como resultado de suas práticas comerciais envolvendo minorias uigures e outros grupos perseguidos, disse o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos em comunicado.
"Não toleramos empresas que usam trabalho forçado, que abusam dos direitos humanos de indivíduos com o objetivo de obter lucro", disse o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, no comunicado.
As três empresas foram escolhidas por trabalharem com o governo de Xinjiang para recrutar e transportar, abrigar ou usar o trabalho forçado de uigures, cazaques, quirguizes ou membros de outros grupos perseguidos fora da região, disseram os Estados Unidos.
A Xinjiang Tianmian Foundation Textile produz fios e outros produtos têxteis, segundo o comunicado. A Xinjiang Zhongtai Group produz e vende policloreto de vinila (PVC) e outros materiais têxteis, químicos e de construção. A Xinjiang Tianshan Wool Textile vende roupas de caxemira e lã, entre outros produtos. Todas as três estão sediadas em Xinjiang.
A UFLPA, promulgada em 2021, proíbe a importação de produtos que sejam produzidos em Xinjiang ou por empresas identificadas na lista para os Estados Unidos, a menos que o importador possa provar que os produtos não foram produzidos com trabalho forçado.
As autoridades norte-americanas acreditam que as autoridades chinesas têm estabelecido campos de trabalho para uigures e outros grupos minoritários muçulmanos na região de Xinjiang, no oeste da China. Pequim nega qualquer abuso.
Alguns grupos e ativistas uigures ficaram frustrados com o ritmo e a qualidade da aplicação da Lei de Prevenção do Trabalho Forçado Uigur. O senador norte-americano Marco Rubio, que ajudou a introduzir a legislação, pediu ao governo Biden que adicione mais empresas à lista.
"Há potencialmente milhares de empresas e entidades sediadas na China cúmplices do trabalho escravo", disse Rubio em comunicado. "O ritmo lento encoraja aqueles que lucram com o trabalho escravo."