RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ex-presidente-executivo da Americanas (BVMF:AMER3) Miguel Gutierrez se encontra em sua residência em Madri, disse a defesa do executivo neste sábado, depois de ele ter sido preso pela polícia espanhola na véspera, no âmbito de uma operação da Polícia Federal brasileira que apura a participação de ex-diretores da varejista em uma fraude bilionária.
"A defesa de Miguel Gutierrez informa que o executivo se encontra em sua residência em Madri, na Espanha, no mesmo endereço comunicado desde 2023 às autoridades espanholas e brasileiras, onde sempre esteve à disposição dos diversos órgãos interessados nas investigações em curso", disse, em nota divulgada neste sábado.
A unidade de combate ao crime organizado da polícia espanhola havia prendido Gutierrez, procurado pelo Brasil através da Interpol, pelo crime de "fraude agravada".
A defesa do executivo afirmou ainda que na véspera ele "compareceu espontaneamente" ante as autoridades policiais e jurisdicionais, com o fim de prestar os esclarecimentos solicitados, e que com acesso aos autos, Gutierrez poderá exercer sua defesa frente às "alegações originadas por delações mentirosas em relação a ele".
A defesa disse ainda que o ex-CEO da Americanas "jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades".
O mandado de prisão contra Gutierrez havia sido emitido pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro no âmbito da operação Disclosure, que apura a participação de ex-diretores da Americanas na fraude contábil de 25,3 bilhões de reais que levou a empresa à recuperação judicial ano passado.
Gutierrez liderou a empresa por mais de duas décadas até dezembro de 2022.
(Por Rodrigo Viga Gaier; texto de Letícia Fucuchima)