Por Julia Payne
GENEBRA (Reuters) - A empresa global de commodities Trafigura decidiu parar de negociar petróleo com a Venezuela devido às sanções dos EUA ao integrante da Opep, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto.
A decisão será um duro golpe para Caracas, uma vez que a Trafigura, com sede na Suíça, tem um acordo de longa data com a estatal PDVSA para tomar petróleo bruto venezuelano e, em troca, abastecer o país latino-americano com produtos refinados.
Washington impôs novas sanções à PDVSA no mês passado com o objetivo de cortar uma fonte importante de receita para o presidente Nicolas Maduro.
A decisão veio depois que o presidente do Congresso, Juan Guaidó, invocou normas constitucionais para se tornar presidente interino, argumentando que a reeleição do socialista Maduro no ano passado foi uma farsa.
No ano passado, a trading Trafigura levou diretamente 34 mil barris por dia (bpd) de petróleo bruto e produtos venezuelanos, que foram revendidos principalmente para as refinarias dos EUA e da China, segundo documentos internos da PDVSA vistos pela Reuters.
A Trafigura vai parar de negociar com a PDVSA após concluir um pequeno número de negociações já concluídas, disse a fonte.
Devido ao tamanho dos acordos de óleo por empréstimos da Venezuela com a China e a Rússia, e o peso das sanções anteriores dos EUA, a PDVSA, que tem pouco dinheiro, tem se tornado cada vez mais dependente de intermediários para exportar petróleo e importar refinados.
A PDVSA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A Trafigura deve carregar duas cargas de petróleo venezuelano antes do final de fevereiro, disse a fonte com conhecimento direto e uma fonte de transporte marítimo.