O presidente da Vale (BVMF:VALE3), Eduardo Bartolomeo, comentou nesta sexta-feira, 21, os desafios para o crescimento do negócio de metais básicos, para o qual vem buscando um sócio minoritário. "O maior desafio é a execução de projetos. Não por causa da licença. O prazo para comercializar o projeto é muito longo. Esse é um dos motivos pelos quais queremos dar uma nova governança ao negócio, para dar agilidade", disse, durante evento sobre mineração promovido pelo jornal britânico Financial Times.
O executivo afirmou que deseja incrementar a produção de níquel da casa de 200 mil toneladas para 300 mil toneladas.
O guidance da companhia prevê a faixa de 175 mil a 190 mil toneladas neste ano. Para o cobre, a ideia é atingir 500 mil toneladas. A produção, no terceiro trimestre, foi de 74,3 mil toneladas. O guidance é de 270 mil a 285 mil toneladas.
O objetivo é crescer organicamente, enfatizou o executivo, lembrando o valor escondido dos metais básicos dentro do minério de ferro. Bartolomeo ressaltou ainda que não vê à frente um superciclo em minério de ferro. "Pode eventualmente haver um superciclo em níquel e cobre. Mas não em minério de ferro, que é um negócio maduro."
Contudo, enfatizou que o segmento de minério de ferro não está morrendo. "Quando você olha para o mundo novo, nós queremos liderar exatamente este espaço", disse, frisando: "99% do nosso portfólio é de alta qualidade. O que queremos é traduzir essa qualidade em briquetes verdes e HBI."
O executivo acrescentou que a Vale está procurando um lugar para instalar unidades desses produtos, citando México, Oriente Médio ou Brasil.