Executivos da empresa holandesa SBM Offshore aceitaram acordo extrajudicial com o Ministério Público Federal (MPF) no qual se comprometeram pagar multa de R$ 500 mil em troca do encerramento do processo em que são acusados de favorecimento pessoal. O valor da multa é referente às acusações contra o CEO (principal executivo) da SBM Bruno Chabas e o membro do conselho fiscal Sietze Hepkema. Cada um vai pagar R$ 250 mil.
A empresa, especializada na construção de plataformas de exploração de petróleo, é acusada pelo MPF de pagar cerca de U$S 42 milhões em propina para ex-funcionários e diretores da Petrobras (SA:PETR4), em troca de negócios com a estatal, entre 1997 e 2012. O acordo depende de homologação pela Justiça Federal do Rio de Janeiro. A investigação é oriunda da Operação Sangue Negro, da Polícia Federal.
A informação foi confirmada por meio de comunicado internacional emitido pela SBM. Mesmo com o acordo, assinado no dia 22 de janeiro, a empresa não confessou que pagou propina a ex-diretores da Petrobras e manteve a posição de que as acusações são infundadas. Para a SBM, o acordo é uma oportunidade para resolver o processo rapidamente e evitar o prolongamento do processo judicial.
No ano passado, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco detalhou, em depoimento de delação premiada na Operação Lava Jato, como começou a cobrar propina de empresas que pretendiam firmar contratos com a Petrobras. Barusco disse que começou a receber os pagamentos indevidos em 1997 ou 1998 da empresa holandesa SBM, quando ocupava o cargo de gerente de Tecnologia de Instalações.