Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de medicina diagnóstica Fleury (BVMF:FLRY3) divulgou nesta quinta-feira lucro líquido de 168 milhões de reais no primeiro trimestre do ano, crescimento de 79% na base anual, em desempenho acima do esperado pelo mercado.
"É mais um trimestre bastante consistente", afirmou a presidente do Fleury, Jeane Tsutsui, em entrevista à Reuters.
Desconsiderando o efeito de mais valia do Instituto Hermes Pardini (BVMF:PARD3), o lucro líquido foi de 179,4 milhões de reais, avanço de 91,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Analistas, em média, esperavam lucro líquido de 165,8 milhões de reais, com base em dados da LSEG.
Para Tsutsui, os resultados desde a combinação de negócios entre Fleury e Hermes Pardini, concluída em abril do ano passado, mostram que o processo de integração "vem acontecendo com êxito".
Em balanço, a empresa afirmou que seu desempenho no trimestre foi impulsionado pela combinação positiva de suas quatro avenidas de crescimento, com destaque para o avanço da vertical Novos Elos, com clínicas em áreas da saúde como oftalmologia, ortopedia e oncologia.
Novos Elos, que já representa 8,3% da receita do grupo, apresentou alta de 26,7% na receita bruta na base "pro forma", para 171,2 milhões de reais, conduzida principalmente por Infusões e Oftalmologia, além do efeito esperado da aquisição da Retina Clinic, em abril de 2023.
Além dessa vertical, o Fleury também teve crescimento de receita nas avenidas de Medicina Diagnóstica B2C (+3,1%), com unidades de atendimento físicas e serviço de atendimento móvel, Medicina Diagnóstica B2B (+11,9%), de prestação de serviços para laboratórios e hospitais, e Plataformas de Saúde (+35,2).
O Fleury, dono da marca homônima e de outros selos como a+, teve receita líquida de 1,90 bilhão de reais, um aumento de 54% ano a ano, quase em linha com a expectativa média de analistas de uma receita de 1,93 bilhão de reais, conforme dados da LSEG.
A performance operacional medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 49,6%, para 517,1 milhões de reais na base contábil, com a margem passando de 28% para 27,2%. Na base "pro forma", o Ebitda aumentou 11,1% e a margem subiu 1,11 ponto percentual.
A executiva destacou a aquisição do laboratório São Lucas Centro de Diagnóstico, anunciada em abril deste ano, por 69,8 milhões de reais, que marca a entrada de sua operação B2C em Santa Catarina, onde já atuava em B2B com núcleo técnico.
A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, ficou em 1,2 vez no período, estável em relação ao trimestre anterior e ao final de março de 2023.