DETROIT, Estados Unidos (Reuters) - A Ford revelou nesta quarta-feira um plano para cortar custos e impulsionar as margens de lucro em ritmo mais rápido que o anunciado anteriormente, algo que inclui desistir de modelos tradicionais de sedãs na América do Norte, cada vez mais impopulares entre os consumidores.
A segunda maior montadora de veículos dos Estados Unidos agora planeja cortar 25,5 bilhões de dólares em custos até 2022, ante 14 bilhões previstos no plano anterior anunciado no ano passado.
O presidente-executivo da Ford, Jim Hackett, afirmou a investidores que a companhia está passando por um "profundo reposicionamento" de suas operações e pode sair de negócios não lucrativos.
"Vamos reestruturar conforme seja necessário e seremos decisivos", disse o executivo. "Vamos cuidar da parte saudável de nossos negócios" e dispensar operações marginais, disse Hackett.
A Ford espera margem de lucro antes de impostos de 8 por cento no mundo e 10 por cento na América do Norte até 2020, antes da meta anterior de 2022. As ações da companhia subiam no pregão após o fechamento.
Respondendo à mudança na demanda dos consumidores em direção a utilitários esportivos (SUVs) e picapes, a Ford afirmou que planeja reduzir seu portfólio de carros na América do Norte a apenas dois modelos: o esportivo Mustang e o crossover compacto Focus Active a partir de 2019.
A Ford "não vai investir em novas gerações de sedãs tradicionais para a América do Norte", incluindo o modelo médio Fusion e o Taurus, disse a montadora.
A companhia tem sido pressionada por investidores em Wall Street para melhorar sua linha de produtos e margens de lucro. Em 2017, o lucro antes de impostos da Ford caiu para 8,4 bilhões de dólares ante 10,3 bilhões um ano antes.
A Ford divulgou mais cedo que teve lucro líquido no primeiro trimestre de 1,74 bilhão de dólares, ou 0,43 dólar por ação, ante 1,6 bilhão de dólares, ou 0,40 dólar por papel, em igual período um ano atrás. Analistas, em média, esperavam lucro de 0,41 dólar por ação.
Apesar do crescimento do lucro, a margem caiu de 6,4 para 5,2 por cento no período.
A única região, além da América do Norte, em que a Ford teve lucro no trimestre foi a Europa. O prejuízo da empresa na região Ásia-Pacífico foi puxado por queda das vendas na China, onde a Ford apenas começou a lançar novos modelos.
Joe Hinrichs, presidente de operações globais, afirmou que a Ford planeja fabricar um novo produto em sua fábrica em Hermosillo, no México, quando abandonar a produção do Fusion, e que vai fábricar no México um novo veículo elétrico.
(Por Nick Carey e Paul Lienert)