SÃO PAULO (Reuters) - O mercado de veículos do Brasil deverá crescer entre 10 e 12 por cento em 2019, estimou nesta terça-feira o vice-presidente de assuntos corporativos da Ford para América do Sul, Rogelio Golfarb, citando projeções mais otimistas para a economia brasileira que neste ano.
"Temos uma expectativa positiva sobre o ambiente de negócios, é isso que o setor automotivo precisa", disse Golfarb a jornalistas durante o salão do automóvel de São Paulo.
"A nossa expectativa de crescimento é baseada em projeções de crescimento do PIB para o próximo ano, mas a venda direta deverá continuar tendo uma importante participação de 40 por cento no volume vendido", acrescentou o executivo.
As vendas diretas são as realizadas diretamente entre a montadora e grandes frotistas como empresas de aluguel de veículos, que têm atravessado forte crescimento no país, mas carregam maior poder de negociação de preços que as vendas a consumidores finais.
Segundo o relatório Focus, do Banco Central, as projeções para o PIB neste ano indicam expansão de 3,36 por cento e de 2,50 por cento em 2019. A associação de montadoras de veículos, Anfavea, estima para este ano crescimento das vendas de 13,7 por cento, para 2,546 milhões de unidades.
Golfarb afirmou que o momento atual é de se ter cautela em análises feitas sobre os sinais que estão sendo emitidos pela equipe econômica do futuro governo de Jair Bolsonaro. Segundo ele, "o momento é de transição, estamos focando nas questões econômicas e nas reações do mercado financeiro e até agora as indicações que temos são positivas".
Apenas em outubro, o Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, acumulou alta de cerca de 10 por cento e na véspera o indicador bateu recorde, fechando acima de 89 mil pontos pela primeira vez, em meio ao otimismo gerado pela perspectiva de uma agenda positiva a ser implementada pelo governo Bolsonaro.
(Por Alberto Alerigi Jr.)