Por Nathan Gomes e Joseph White e Paul Lienert
(Reuters) - A Ford (NYSE:F) divulgou nesta terça-feira receita e lucro robustos no primeiro trimestre deste ano, graças à forte demanda por caminhões e SUVs, mas as expectativas da empresa para o ano inteiro são moderadas, diante de perdas contínuas da sua unidade de veículos elétricos.
O presidente-executivo da Ford, Jim Farley, disse em comunicado esperar que a empresa se torne "tediosamente previsível" em atender às expectativas dos investidores. A empresa, porém, não alcançou as projeções de Wall Street no quarto trimestre, deixando 2 bilhões de dólares na mesa, disse Farley no início deste ano.
Farley também afirmou que a Ford não pretende buscar "a qualquer custo" volume de vendas de veículos elétricos. A montadora reduziu mais cedo nesta terça-feira os preços do Mustang Mach E pela segunda vez este ano.
A Ford superou com folga as expectativas dos analistas em relação ao lucro do primeiro trimestre antes de juros e impostos, registrando um EBIT de 3,4 bilhões de dólares, em comparação com expectativa de analistas de 2,4 bilhões de dólares.
A montadora reafirmou projeção de EBIT ajustado para o ano inteiro de 9 bilhões de dólares a 11 bilhões de dólares, o que inclui um prejuízo esperado de 3 bilhões de dólares na unidade de veículos elétricos Model E.
As ações da Ford caíam mais de 2% nas negociações pós-mercado.
Embora as vendas de veículos nos Estados Unidos em abril tenham sido muito mais fortes do que o esperado, a Ford advertiu que "os incentivos mais altos aos clientes em todo o setor, à medida que a oferta e a demanda de veículos se reequilibram", serão um "vento contrário" para a lucratividade.
O lucro da Ford no primeiro trimestre foi de 1,8 bilhão de dólares, ou 0,44 dólar por ação, em comparação com um prejuízo de 3,1 bilhões de dólares, ou 0,78 dólar por ação, um ano antes. O lucro diluído ajustado por ação foi de 0,63 dólar, frente a 0,38 dólar em igual período do ano anterior. Analistas esperavam lucro por ação de 0,41 dólar.
A empresa sediada em Dearborn, Michigan, registrou uma receita de 41,5 bilhões de dólares no trimestre até março, ante 34,5 bilhões de dólares na mesma etapa de 2022.
(Reportagem de Nathan Gomes, em Bengaluru, e Joseph White e Paul Lienert, em Detroit)